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17 - LINHA DA BEIRA ALTA
IDiminuição da oferta.
Viagens mais demoradas.
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Observações:
1) Neste período, foram introduzidas portagens na autoestrada A25, mas a CP admitiu não ter realizado nenhum estudo de mercado que refletisse a nova realidade e lhe permitisse adaptar a ela o serviço prestado.
2) Circulam menos comboios na
Linha da Beira Alta, por comparação com 2009.
Em 2009, havia 4 comboios
diários em cada sentido entre Coimbra e Guarda (eram 5 à segunda-feira de
Guarda a Coimbra); hoje existem apenas 3 e foi ainda suprimido o comboio extra
à segunda-feira.Havia 3 comboios diários em cada sentido entre Guarda e Vilar Formoso (eram 4 à sexta de Guarda a Vilar Formoso); hoje já só existem 2 (e foi suprimido o comboio extra à sexta-feira).
Entre Lisboa e Guarda, mantêm-se os 3 comboios Intercidades em cada sentido via Linha da Beira Alta (despareceram as ligações via Beira Baixa).
Em 2013, os comboios rápidos Intercidades param mais vezes: todos passaram a parar nas localidades de Vila Franca das Naves, Fornos de Algodres, Carregal do Sal e Mortágua.
3) São 7 as ligações diárias
entre Porto e Guarda, sendo 4 no sentido Porto-Guarda e 3 no sentido
Guarda-Porto (as mesmas de 2009). Continua a não existir um único comboio
direto entre as duas cidades (ao contrário do que sucedia há algumas décadas,
quando era possível fazer o mesmo trajeto em menos tempo do que hoje): todas as
ligações obrigam a um transbordo, que é feito, em todos os casos, em Coimbra
(em 2009, um dos transbordos era feito na Pampilhosa, solução mais vantajosa
para quem viaja de ou para o Porto, pois evita uma viagem inútil de ida e volta
entre Pampilhosa e Coimbra). O transbordo, embora signifique um serviço de pior
qualidade, encarece, em alguns casos, o preço do bilhete.
Por outro lado, 2 das 4
ligações no sentido Porto-Guarda são agora feitas em comboio regional entre
Coimbra e Guarda: em 2009, só 1 das 4 ligações era feita em regional; as
restantes 3 eram feitas em comboio rápido Intercidades (hoje reduzidas a 2).A viagem mais rápida entre as duas cidades (trajeto de 261 km) demora agora 3h50 no sentido Porto-Guarda (mais 57 minutos do que em 2009) e 3h29 no sentido Guarda-Porto (mais 12 minutos do que em 2009). A viagem mais lenta no sentido Guarda-Porto demora 3h34 (mais 3 minutos do que em 2009) e demora 4h10 no sentido Porto-Guarda (menos 23 minutos).
Para quem se desloca de ou para o Porto, os tempos de espera nos transbordos chegam a atingir 54 minutos (em média, 33 minutos de espera no sentido Porto-Guarda e 23 minutos no sentido inverso, ligeiramente menos do que em 2009).
4) No percurso entre as cidades
beirãs de Coimbra e da Guarda, o comboio pode competir com a autoestrada: o
trajeto em autoestrada é mais longo, obrigando a um desvio por Aveiro. O comboio
pode também competir com o trajeto rodoviário (um pouco mais curto) pela via
rápida IP3 até Viseu + autoestrada a partir de Viseu.
O número de ligações entre as
duas cidades diminuiu: em 2009, havia 7 comboios diários de Coimbra a Guarda,
hoje são 6 (três Intercidades e três regionais); em 2009, havia 6 comboios
diários de Guarda a Coimbra (três Intercidades, três regionais) e um 7.º
comboio à 2.ª feira; o comboio extra foi suprimido.Em 2013, a viagem mais rápida entre Coimbra (B) e Guarda (170 km) demora 2h03 no sentido Coimbra-Guarda (mais 4 minutos do que em 2009) e 2h07 no sentido Guarda-Coimbra (mais 12 minutos do que em 2009). Na viagem mais lenta, o trajeto demora 2h51 no sentido Coimbra-Guarda e 2h42 no sentido inverso (diferenças de apenas 1 minuto, para mais e para menos, respetivamente).
5) Das 10 ligações diárias que
existiam em 2009 entre Lisboa e a Guarda, hoje subsistem apenas as 6 (3 em cada
sentido) que fazem o trajeto através da Linha da Beira Alta (em comboio Intercidades).
A viagem mais rápida (que é também a mais lenta) demora 4h12 no sentido
Lisboa-Guarda (mais 2 minutos do que em 2009) e 4h20 no sentido Guarda-Lisboa
(mais 12 minutos do que em 2009). Distância: 387 km.
6) Entre Vilar Formoso e
Coimbra (215 km), das 6 ligações diárias em 2009 (e uma 7.ª à sexta-feira),
subsistem hoje 4 (duas em cada sentido). Todas obrigam a um transbordo na
Guarda. Em 2013, a viagem mais rápida demora 2h55 de Vilar Formoso a Coimbra
(B) (mais 10 minutos do que em 2009) e 2h59 de Coimbra a Vilar Formoso (mais 14
minutos do que em 2009). A viagem mais lenta demora agora 3h10 no primeiro caso
(o mesmo que em 2009) e 3h06 no segundo (menos 21 minutos).
7) Já só restam 4 comboios
diários entre Guarda e Vilar Formoso (2 em cada sentido); eram 6 em 2009 (a que
acrescia uma 7.ª ligação à sexta). O trajeto (46 km) é feito em 43 min em
qualquer dos sentidos (em 2009, a viagem mais rápida de Guarda a Vilar Formoso
demorava menos 9 minutos do que hoje; no sentido inverso, o tempo de viagem é o
mesmo).
IFotografia: Dario Silva
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18 - LINHA DA BEIRA BAIXA
IModernização e eletrificação do troço Castelo Branco-Covilhã.
Encerramento do troço Covilhã-Guarda.
Suprimidas, pela CP, todas as ligações de transporte rodoviário alternativo neste último troço.
Diminuição da oferta.
Substituição dos comboios Intercidades por automotoras de pior qualidade.
Encurtamento dos tempos de viagem de e para a Covilhã, exceto nas ligações entre Porto e Covilhã. Nos restantes trajetos, os tempos de viagem aumentaram ou diminuíram, consoante a ligação.
Serviço piorou nas ligações de e para o Porto.
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Observações:
1) Em Novembro de 2005, foram anunciadas obras de modernização do troço de 47 km entre Covilhã e Guarda (onde a Linha da Beira Baixa entronca com a Linha da Beira Alta), a concluir em 2007. A obra não se fez.
A partir de Março de 2009, a circulação de comboios foi interrompida nesse troço, para a realização das obras de modernização. A Secretária de Estado dos Transportes anunciou que as obras estariam concluídas no final de 2010.
Em Outubro de 2009, a Secretária de Estado dos Transportes anunciou a conclusão das obras para 2012.
Além da reabilitação e reforço do túnel de Sabugal, foram feitas obras de renovação integral da linha num subtroço de 10 km (mais ou menos entre Caria e Belmonte), que incluiu a remodelação de estações. Mas não se fez obra nos outros 37 km e mesmo o troço que foi renovado ficou ao abandono.
No final de 2010, a CP, no seu Plano de Atividades para 2011, manifestou a intenção de pôr termo ao serviço de transporte rodoviário alternativo.
Em 2011, um estudo encomendado pelo Governo previa o encerramento definitivo deste troço.
A linha não voltou a reabrir e o projeto de modernização foi abandonado, mesmo com parte da obra feita (na imagem, caminhada de protesto no troço encerrado).
À altura da suspensão do serviço, o comboio demorava 1h12m a percorrer os 47 quilómetros entre Covilhã e Guarda (era mais lento do que 30 anos antes). O serviço de transporte rodoviário criado em sua substituição era ainda mais lento: 1h18m.
Em 1/1/2012, a CP decidiu suprimir todas as ligações de transporte rodoviário alternativo (6 autocarros diários, que tinham substituído o mesmo número de comboios).
2) O troço de 72 km entre
Castelo Branco e Covilhã foi modernizado e eletrificado entre 2009 e 2011, com
correção de traçados em curvas de forma a permitir velocidades de 120 km/h (140
km/h para comboios pendulares) e um custo total de 106 milhões de euros (a
maior parte da empreitada foi incluída num projeto com comparticipação de 95% da
União Europeia). Com esta obra, ficou concluída a modernização e eletrificação
da Linha da Beira Baixa, com exceção do troço Covilhã-Guarda. Persistem, no
entanto, mais de 20 locais da linha onde a velocidade máxima de circulação é de
50 km/h ou de 30 km/h.
3) Neste período, foram
introduzidas portagens na autoestrada A23, mas a CP admitiu não ter realizado
nenhum estudo de mercado que refletisse a nova realidade e lhe permitisse adaptar
a ela o serviço prestado, ao passo que a Rede Expressos (autocarros) aumentou e
melhorou a sua oferta.
4) Três meses depois da
conclusão da modernização da linha, e pela mesma altura em que foram
introduzidas portagens na A23, a CP substituiu os comboios Intercidades por
automotoras de pior qualidade e conforto, para baixar os custos de exploração.
Multiplicaram-se os protestos dos utentes.
5) Entre Lisboa e Covilhã,
havia 12 ligações diárias em 2009 (6 em cada sentido, 3 em comboio Intercidades
e 3 em comboio regional). Em 2013, depois de modernizada a linha, são 11 as
ligações diárias (6 no sentido Lisboa-Covilhã e 5 no sentido inverso): menos um
comboio regional. Uma das cinco ligações em comboio regional é direta; em 2009,
todas implicavam transbordo (em quatro ligações, o passageiro tinha mesmo de
fazer dois transbordos, porque a linha só estava eletrificada até Castelo
Branco).
A viagem mais rápida entre as
duas cidades (300 km) demora agora 3h40 no sentido Lisboa-Covilhã (menos 14
minutos do que anteriormente às obras) e 3h44 no sentido Covilhã-Lisboa (menos
13 minutos). A viagem mais longa demora 5h11 no sentido Covilhã-Lisboa (menos
12 minutos) e 5h45 no sentido Lisboa-Covilhã (menos 38 minutos).
6) O encerramento da ligação
ferroviária entre as linhas da Beira Alta e da Beira Baixa prejudicou, entre
outras, a ligação entre Porto e Covilhã, utilizada, por exemplo, por estudantes
da Universidade da Beira Interior.
Em 2009, havia 11 ligações
diárias entre Porto e Covilhã (5 no sentido Porto-Covilhã e 6 no sentido
Covilhã-Porto), cinco delas via Linha da Beira Alta (308 km) e as restantes
seis via Entroncamento (424 km). Em 2013, subsistem apenas as 6 ligações
diárias via Entroncamento, mais longas.A viagem mais rápida entre as duas cidades demora agora 5h04 (mais 18 minutos do que em 2009 no sentido Covilhã-Porto, mais 14 minutos no sentido Porto-Covilhã), sempre com mudança de comboio no Entroncamento. O tempo de espera no Entroncamento chega a atingir 88 minutos. O tempo médio de espera nos transbordos passou de 27 min para 65 min no sentido Covilhã-Porto e de 60 min para 36 min no sentido Porto-Covilhã.
7) Mantêm-se as 14 ligações diárias entre
Lisboa e Castelo Branco (7 em cada sentido, 3 em Intercidades e 4 em comboio
regional). Mas diminuiu o número de comboios diretos: em 2013, em 6 (das 14)
ligações os passageiros são obrigados a mudar de comboio (no Entroncamento),
contra 5 em 2009.
Em 2013, os 229 km entre as
duas cidades demoram, na melhor das hipóteses, 2h49 a percorrer no sentido
Lisboa - Castelo Branco e 2h54 no sentido Castelo Branco - Lisboa, mais 6 e
mais 7 minutos do que em 2009, respetivamente. A viagem mais lenta dura 4h01 no
sentido Castelo Branco - Lisboa (mais 5 min do que em 2009) e 4h10 no sentido
Lisboa - Castelo Branco (menos 3 min).
8) Tal como em 2009, há 6
ligações diárias entre Porto e Castelo Branco, com mudança de comboio no
Entroncamento. Em 2013, a viagem mais rápida entre as duas cidades (352 km)
demora 4h14 no sentido Castelo Branco – Porto (mais 53 minutos do que em 2009)
e 4h13 no sentido Porto – Castelo Branco (mais 8 minutos do que em 2009). Nas
viagens mais demoradas, o tempo de percurso é de 5h14 no sentido Castelo Branco
– Porto (mais 46 minutos do que em 2009) e de 5h20 no sentido Porto – Castelo
Branco (mais 11 minutos). [Transbordos: ver Porto – Covilhã.]
9) Entre os dois extremos da
Linha da Beira Baixa em exploração (Entroncamento e Covilhã) há 11 ligações
diárias (6 no sentido da Covilhã e 5 no sentido inverso); em 2009 havia mais
uma. 6 das ligações fazem-se em comboio Intercidades e as restantes 5 em
comboio regional. Todas as ligações são diretas (não implicam transbordos), ao
passo que em 2009 os comboios regionais implicavam sempre um transbordo em
Castelo Branco (porque a linha não estava eletrificada a partir desta cidade).
A viagem mais rápida entre as
duas cidades (194 km) demora, em 2013, 2h27 no sentido Covilhã – Entroncamento
e 2h29 no sentido contrário, menos 20 e menos 19 minutos do que em 2009,
respetivamente. A viagem mais lenta demora 3h27 no sentido Covilhã –
Entroncamento (menos 9 min do que em 2009) e 3h42 no sentido Entroncamento –
Covilhã (menos 39 min).
10) Em 2013, depois de
modernizado e eletrificado o troço Castelo Branco – Covilhã, o número de
ligações diárias entre as duas cidades é menor: diminuiu de 14 em 2009 para 13
em 2013. Além dos 6 comboios intercidades (que se mantêm, 3 em cada sentido),
há 7 comboios regionais, 4 no sentido da Covilhã e 3 no sentido de Castelo
Branco (há um 4.º comboio, mas agora apenas à segunda-feira). A viagem mais
rápida entre as duas cidades (72 km) demora 49 min (menos 5 minutos do que anteriormente
às obras); a mais lenta demora 1h04 no sentido de Castelo Branco (menos 18 min)
e 1h10 no sentido da Covilhã (menos 22 min).
11) Em 2013, há menos 6
comboios diários entre Entroncamento e Abrantes. Atualmente, são 16 os comboios
diários: 6 Intercidades e 10 comboios regionais. Havia 22 comboios diários em
2009 (dos quais 16 regionais, quatro deles servindo também a Linha do Leste
e/ou o Ramal de Cáceres, agora encerrados).
Os tempos de viagem aumentaram ligeiramente:
na melhor das hipóteses, os 29 km que separam as duas cidades demoram hoje 24
min a percorrer no sentido de Abrantes (mais 4 minutos do que em 2009) e 22 min
no sentido do Entroncamento (mais 2 minutos); na pior das hipóteses, o tempo de
viagem é de 35 min no sentido do Entroncamento (mais 1 min) e de 38 min no
sentido de Abrantes (menos 1 min).I
Imagem: página “Linha da Beira Baixa” no Facebook
I
(continua)
I
2 comentários:
Pois é, quatro anos depois quase tudo está pior na ferrovia em Portugal: várias linhas encerradas e menos comboios a circular. Claro que isto se tem vindo a refletir na mobilidade dos portugueses que piorou e encareceu.
Sugestão: inundar os sítios da internet dos partidos políticos com assento na AR com os artigos publicados. Pode ser que os ajudem a refletir.
Parabéns pelo artigo muito minucioso.
Paulo Fonseca
Os tempos de viagem são completamente ridículos. É inaceitável que um comboio dito rápido circule a uma velocidade média inferior a 100Km/h.
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