O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (7) / Palavras ditas (26, 27, 28) / Salamanca, a cidade gémea

I
Continuação (última parte). Partes anteriores:
Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte
Quarta parte
Quinta parte
Sexta parte

As pessoas procuram alternativas de mobilidade se a tal forem obrigadas. Um estudo realizado em França mostrou, por exemplo, que, em Paris, a simples tarifação do estacionamento (onde antes eram disponibilizados gratuitamente lugares para os funcionários) fez aumentar a quota do transporte público de 35% para 66% e diminuir a do automóvel particular de 48% para 18%. Restringir o número de lugares efetivos de estacionamento, restringir ou dificultar o tráfego automóvel, etc., são exemplos de outras medidas que levam as pessoas a procurar alternativas de transporte. Elas estão estudadas - e, como não podia deixar de ser, professores da própria Universidade de Coimbra já publicaram estudos sobre o assunto.

Claro que uma mudança séria de paradigma só é possível com autoridades locais seriamente dispostas a mudar a situação (aumentar a oferta de estacionamento, por si só, apenas agrava o problema, não o resolve) e com uma autoridade policial que combata eficazmente o estacionamento selvagem. Duas coisas muito difíceis de encontrar nesta nossa terrinha…

Aprovará a UNESCO a candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade se se mantiver o estado de coisas atual, de circulação automóvel e estacionamento?

Reformulando: provavelmente, só a candidatura a Património da Humanidade permitirá acabar (?) com esta situação vergonhosa na Alta Universitária de Coimbra. Mudar as mentalidades da generalidade dos portugueses, e nomeadamente dos nossos governantes (locais e nacionais), parece ser uma tarefa bem mais complicada.
I
Para ampliar, clicar na imagem.
I

Palavras ditas (26)

«Se não fosse o motorista a ajudar-me a entrar para a Faculdade, eu não conseguia. No meu caso, se não fosse o Serviço de Transporte Especial [de Passageiros com Mobilidade Reduzida, disponibilizado pela empresa municipal de transporte público de Coimbra], seria impossível estudar em Coimbra».

Ana Lopes Mota, estudante na Alta Universitária de Coimbra, que se desloca em cadeira de rodas, Maio de 2008.


Palavras ditas (27)

«A maioria das pessoas ainda não consegue conceber o dia-a-dia sem automóvel (…). Um campus universitário urbano devia ser pedonal, e não um parque de estacionamento a céu aberto».

Jorge Sousa, funcionário da Universidade de Coimbra, que se desloca diariamente de transportes públicos para a Alta de Coimbra, Março de 2010.


Palavras ditas (28)

«Sou um utilizador assíduo dos SMTUC [Transportes Urbanos de Coimbra], sobretudo a partir do momento em que ingressei no ensino superior. Até lá nunca tinha utilizado os autocarros dos SMTUC, uma vez que não necessitava (…). Muito embora tenha carta de condução e possibilidade de conduzir automóvel particular, faço questão de utilizar o serviço público prestado pelos SMTUC, até porque compensa, pois são fidedignos e muito regulares, nos quais podemos confiar. Para além do uso diário, utilizo o autocarro aos fins-de-semana para ir à baixa e outros locais da cidade, dado que o estacionamento é muito complicado, para além de ser mais dispendioso».

Luís Santos Galo, estudante, que concebeu a aplicação MMTUC Mobile, que permite, desde 2009, a consulta dos horários dos autocarros e dos troleicarros de Coimbra através do telemóvel, Dezembro de 2009.


Salamanca, a cidade gémea

Não é preciso andar mais de 300 quilómetros desde Coimbra para chegarmos a Salamanca (Espanha), outra cidade com uma histórica universidade, fundada na Idade Média, e cujo centro está já classificado como Património da Humanidade.

A Universidade de Salamanca é uma das mais prestigiadas da Europa e atrai estudantes de toda a Europa, incluindo muitos portugueses – e alguns naturais de Coimbra.

Apenas 300 quilómetros separam as duas cidades, mas as diferenças são enormes.

Algumas das muitas faculdades que integram a Universidade de Salamanca (faculdades de Tradução e Documentação, Filologia, Ciências Químicas, Física, Geografia e História…) estão, tal como no caso da Alta Universitária de Coimbra, situadas no centro histórico. No centro histórico estão também os serviços centrais da Universidade (utilizados por todos os alunos, incluindo a Reitoria e vários serviços de apoio), bem como a Biblioteca Geral e alguns dos Institutos de Investigação da Universidade, dos Grupos de Investigação, dos Centros de Estudos, dos Centros Tecnológicos, dos Serviços de Apoio à Investigação, etc.

Não há automóveis estacionados à porta destes edifícios. Alunos, professores e funcionários parecem conseguir sobreviver sem levar o automóvel até à porta da faculdade…
I
I
I
I
I
I
I 

I
I
I
I
I
Salamanca e Coimbra são cidades geminadas. Mais uma vez se comprova como cidades gémeas podem ser tão diferentes…

Joana Ortigão


Sobre o tema deste artigo, ver, no blogue Menos Um Carro, o artigo do Tiago Carvalho “O saber não ocupa lugar?" e, também no Menos Um Carro, o artigo do Mário Alves "Estacionamento no Campus do IST" (a segunda parte pode ser lida aqui).


Fotografias:
As de Coimbra: todas nossas, exceto a do fundo das Escadas Monumentais (retirada da página do Facebook citada no texto), a fotografia do Pátio da Universidade com automóveis, as fotografias aéreas do Google e as fotografias de autocarros e troleicarros (retiradas da Revista dos SMTUC).
As de Salamanca: retiradas da internet, com exceção da última, que é nossa.


Fontes (além do conhecimento pessoal):
Sítio da Universidade de Coimbra
Sítio da Associação Académica de Coimbra
Sítio dos SMTUC (Serviços Municipais dos Transportes Urbanos de Coimbra)
Vários números da Revista dos SMTUC 
Sítio da Câmara Municipal de Coimbra
Sítio do Turismo de Coimbra
Sítio da Universidade de Salamanca
Artigo publicado no Público em Março de 2010 sobre o estacionamento na Alta Universitária de Coimbra.


[Enviado em 12/1/2010 à Câmara Municipal de Coimbra, à Universidade de Coimbra,  à Associação Académica de Coimbra, à Polícia Municipal de Coimbra e à PSP de Coimbra]

O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (6)

I
Continuação. Partes anteriores:
Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte
Quarta parte
Quinta parte

Contrastando com a insatisfação geral dos automobilistas, a maioria das pessoas que se desloca de transportes públicos para a Alta Universitária declaram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com o serviço…

As alternativas existem, de facto. Para quem acede à cidade a partir dos subúrbios, existem linhas de comboio e carreiras de autocarros. Dentro da cidade, existe uma boa cobertura de autocarros. Os mapas seguintes dizem respeito apenas à rede dos Transportes Urbanos de Coimbra (serviço municipal):
I
Delimitada a azul, a zona da Universidade.
I
Assinalada a azul, a zona da Universidade.
I
Mesmo para quem reside nos subúrbios e insiste em trazer o carro para a cidade é possível estacionar num dos vários parques disponíveis e ir de transporte público até à Alta Universitária.

O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (5)

I
Continuação. Partes anteriores:
Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte
Quarta parte

Da parte da própria Universidade, da qual seria de esperar mais responsabilidade social, parece não haver grande preocupação com esta realidade.

Com efeito, nos vários sítios ligados à Universidade na internet, a informação disponibilizada é muito extensa, sobre variadíssimas matérias, mas no capítulo dos acessos à Alta Universitária, a regra geral é a da falta de informação relativamente a transportes alternativos, para além do automóvel particular.
I
I
No sítio da Universidade de Coimbra, não é nada fácil encontrar informações relativamente a acessos. Para aceder a elas, é preciso escolher a opção “Informações sobre a Universidade de Coimbra” e depois “Campus da Universidade”, onde é unicamente disponibilizado um mapa do Google Maps com indicação da localização das várias faculdades e serviços. Um pouco despercebida surge, num canto do ecrã, a opção “como chegar”, mas através dela só ficamos a conhecer os acessos por automóvel: as informações sobre transportes públicos não estão disponíveis.

Nos sítios relativos às várias faculdades e serviços da universidade, o cenário não é muito melhor.

Existem apenas duas exceções. O sítio do Arquivo (!) da Universidade é o único que avisa as pessoas de que devem evitar aceder à Alta Universitária de automóvel particular: “para vir ao arquivo deverá, se possível, evitar usar automóvel próprio. Há sempre grande dificuldade de estacionamento, agravada sobretudo em tempo de aulas. Por isso, sugerimos a utilização dos transportes públicos que servem a zona do Pólo I da Universidade”, indicando-se de seguida quatro linhas de autocarros (a informação é incompleta, diga-se).

A outra exceção é o sítio da Faculdade de Ciências e Tecnologia, que apresenta, na opção “como chegar”, quatro alternativas de transporte: as duas primeiras de automóvel (uma para quem vem de Lisboa e a segunda para quem vem do Porto) e as outras duas de transportes públicos, uma para quem acede a partir dos arredores da cidade (comboio e autocarros) e a outra relativa aos acessos dentro da cidade (mais uma vez, a informação é incompleta: são indicadas apenas duas linhas de autocarros).

Mas estas são exceções. Além do silêncio no sítio da Universidade, o sítio da Faculdade de Letras limita-se a indicar contactos e endereços; o sítio da Faculdade de Direito mais não disponibiliza do que o endereço e um mapa; o sítio da Faculdade de Medicina apenas disponibiliza um mapa em imagem satélite; o mesmo sucede no sítio da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Relativamente aos vários serviços da universidade (Arquivo excluído, como se disse), as respetivas páginas na internet são omissas no que diz respeito a transportes públicos.

Também o sítio da Associação Académica de Coimbra nenhuma informação faculta sobre acessos à universidade através de transporte público. Existe uma opção de “acessos” à Universidade, mas do que aí se trata é de acessos aos cursos e não de mobilidade.
I
I

Tudo isto não constitui, evidentemente, fator de desresponsabilização dos automobilistas pelas suas opções individuais de mobilidade.

Não é difícil perceber, à maioria das pessoas que se deslocam diariamente de automóvel à Alta Universitária, que a probabilidade de conseguirem encontrar um lugar de estacionamento vago é reduzida: todos os dias já sabem ao que vão. Mas insistem em não procurar alternativas.

De acordo com o estudo já referido, a esmagadora maioria (80%) das pessoas que insistem em deslocar-se de automóvel para a Alta de Coimbra declaram-se insatisfeitas ou muito insatisfeitas, nomeadamente devido à pouca oferta de estacionamento na zona.

O que não deve suscitar admiração. O estudo atrás referido concluiu que os automobilistas perdem, em média, três horas por mês (36 horas por ano) das suas vidas à procura de lugar para estacionar na Alta Universitária. E há quem, para o evitar, chegue uma hora antes só para garantir que arranja lugar para estacionar o carro.
I
I
(continua)

O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (4)

I
Continuação. Partes anteriores:
I
Para ampliar, clicar na imagem.
I
O acesso desmesurado de veículos automóveis à Alta Universitária provoca, naturalmente, situações de congestionamento de trânsito (agravados pelas voltas que muitos automobilistas dão à procura de um lugar para estacionar).

Toda esta situação é fácil de explicar, mas difícil de compreender.

A oferta de estacionamento automóvel é escassa para toda a procura potencial. Nem poderia ser de outra forma: seria impraticável criar lugares de estacionamento para todos os potenciais visitantes da universidade: o número de pessoas que acedem à Alta Universitária é muito elevado.

Com efeito, a Universidade de Coimbra tem mais de 9 mil estudantes de licenciatura inscritos (dados de 2009). A estes acrescem mais de 11 mil alunos de doutoramento, de mestrado e de pós-graduação. Ou seja, o total de alunos inscritos na Universidade de Coimbra é superior a 20 mil.

A estes mais de 20 mil acrescem os professores da Universidade e os investigadores, em número superior a 1 300.

Há ainda que somar todos os funcionários (não docentes) da instituição (não incluindo membros dos órgãos da universidade): os que têm contrato de trabalho efetivo (e apenas esses) são cerca de 700.

Parte da Universidade está sedeada fora da Alta de Coimbra, mas o núcleo principal está aqui. Grande parte dos serviços da Universidade (Reitoria, Biblioteca Geral, Arquivo, etc.) estão também situados na Alta Universitária, pelo que são procurados mesmo pelos estudantes e professores que estudam / lecionam fora da Alta.
I
I
Ainda assim, fizemos as contas e concluímos que, só nas várias faculdades sedeadas na Alta de Coimbra [Letras, Direito, Ciências e Tecnologia (Arquitectura, Ciências da Terra, Ciências da Vida, Física, Química e Matemática), Farmácia, Medicina e Psicologia e Ciências da Educação], o número de estudantes, professores, investigadores e funcionários será superior a 18 mil (menos cerca de 1 500 se retirarmos a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, um pouco afastada do núcleo central de edifícios).

Mas os visitantes da Alta Universitária não se ficam por aqui: a universidade velha é uma das principais atrações turísticas de Coimbra e é visitada pela esmagadora maioria dos turistas que vistam a cidade. Segundo dados da própria Universidade de Coimbra, os turistas que acedem aos edifícios visitáveis do Paço das Escolas (Biblioteca Joanina, Sala dos Capelos, Prisão Académica, etc.) são cerca de 200 mil por ano.

O número de lugares de estacionamento legal disponível na Alta de Coimbra é de pouco mais de 1 200. A desproporção entre procura potencial e oferta é, como se vê, enorme.

Ainda assim, esses 1 200 lugares são excessivos, pela grande desproporção do espaço dedicado ao automóvel nesta (relativamente) pequena área universitária, pela grande quantidade de pessoas que inevitavelmente aqui se deslocam a pé e pelas características do espaço (uma zona universitária).
I
I
Contra as regras do bom senso, quase 40% desses lugares de estacionamento são gratuitos, o que constitui um autêntico convite a que as pessoas tragam o seu automóvel para a universidade. Dos restantes 60%, cerca de 47% constituem lugares reservados para a Universidade – muito baratos, por sinal: cerca de 13 € por mês (44 cêntimos por dia). O resto – a minoria – são lugares pagos, com parquímetros, que custam menos de 3 euros por 4 horas [Teoricamente, trata-se estacionamento de rotação: quatro horas é o tempo limite de estacionamento; mas já se sabe que é fácil contornar (ilegalmente, diga-se) essa dificuldade: ao fim das quatro horas coloca-se novo talão no automóvel e o problema fica resolvido.]
I

De acordo com um estudo conduzido por investigadores na Alta Universitária, no âmbito de um trabalho de mestrado, os utilizadores do automóvel particular queixam-se da escassez de lugares de estacionamento e a grande maioria deles (mais de 75%) admite pagar para ter estacionamento na universidade. Este tipo de argumento é muito comum no nosso país, mas é relativamente fácil constatar que, neste domínio, há uma grande distância entre o mundo das intenções declaradas e o dos comportamentos adotados, sobretudo quando a fiscalização policial é ineficaz.

O mesmo estudo revelou, aliás, isso mesmo: diariamente, pelas 8:40 h da manhã, todo o estacionamento gratuito já está ocupado. Na meia hora seguinte, os automobilistas preenchem o que resta dos locais de estacionamento ilegal. Só quando o estacionamento ilegal fica praticamente saturado é que (até cerca das 9:30 h) são ocupados os lugares de estacionamento legal e pago...
I
Para ampliar, clicar na fotografia
I
A Câmara Municipal de Coimbra, além da linha de metro, planeia, como (parte da) “solução” para o problema de que damos conta neste artigo, a construção de um parque de estacionamento subterrâneo na Praça Dom Dinis (ao cimo da Escadaria Monumental da Universidade), com capacidade para 400 viaturas (estacionamento pago). A ideia, ao que parece, não é eliminar 400 lugares de estacionamento legal à superfície (enterrando-os nessse parque subterrâneo), mas, sobretudo, responder ao problema do estacionamento ilegal, aumentando a oferta de estacionamento na zona – o que, como sempre acontece nestes casos, incentivará ainda mais pessoas a levar o automóvel particular para a Universidade e aumentará, consequentemente, a pressão automóvel na zona.

O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (3)

I
Continuação. Partes anteriores:
Primeira Parte
Segunda parte
I
O belo pormenor dos quatro pilaretes colocados numa pequeníssima parte do passeio.
I
I
I

Uma lição de mau urbanismo mesmo à porta da Faculdade de Arquitectura:
I
I
I

Um passeio interrompido: numa rua (Rua dos Estudos) com duas filas de estacionamento automóvel, parece não ter havido espaço para o passeio...

 I
I
Um ótimo lugar de estacionamento, mesmo em frente da Faculdade de Arquitectura (que sorte!): 
I
I

E este, mesmo à porta da Faculdade de Medicina:
I
I
Ambulâncias?
I

O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (2)

I
Continuação. Início:
Primeira parte

O Pátio da Universidade está hoje, quase miraculosamente, sem automóveis:
I
I
Há não muitos anos, estava transformado num parque de estacionamento:
I
I
Mas a envolvente dos edifícios dos Paços da Universidade (classificados como Monumento Nacional) continua ocupada com estacionamento legal (privativo da UC) e ilegal de veículos automóveis.
I
I
O histórico Largo da Porta Férrea está transformado em parque de estacionamento privativo da Universidade de Coimbra, com muito estacionamento ilegal à mistura:
I
Largo da Porta Férrea: lugares de estacionamento privativo para 34 automóveis. Nesta fotografia aérea, há 66 veículos estacionados, ou seja, praticamente o dobro. 
I
I
Estacionamento ilegal encostado aos edifícios dos Paços da Universidade (recorde-se, classificados como Monumento Nacional).
I
Estacionamento ilegal no Largo da Porta Férrea: o "belo" exemplo da Faculdade de Letras.
I
Ao entrarem e saírem da faculdade, os estudantes da Faculdade de Letras aprendem que as leis em Portugal por vezes não passam de textos de ficção; e os estudantes da Faculdade de Direito aprendem que as leis não são necessariamente para cumprir.

Ao lado, mais estacionamento ilegal num local de passagem de (muitos) peões, entre a Rua Larga e o Largo da Porta Férrea:
I 
I
I
Na Rua Larga, é proibido todo o trânsito automóvel, exceto para transportes públicos. Na prática, a proibição é desrespeitada por muitos automobilistas e até automóveis estacionados em cima do passeio se vêem: 
I
A rua é também frequentemente utilizada como parque de estacionamento de autocarros de turismo (nesta imagem vê-se um), que nem sequer podem transitar aqui.
I
Espaços que noutras universidades europeias seriam locais livres de automóveis e para gozo da população universitária estão transformados em parques de estacionamento:
I
I

O pátio interior da Faculdade de Medicina está transformado num parque de estacionamento (como é sabido, os escapes dos automóveis fazem muito bem à saúde):
I
I
Na Praça Dom Dinis, predomina o estacionamento ilegal:

O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (1)

I
I

Este é mais um retrato do império do automóvel em que Portugal se tornou. Respeita à cidade de Coimbra, mas é um retrato comum a muitos outros locais da nossa terrinha.


A envolvente dos edifícios da Universidade de Coimbra [Pólo I, na Alta de Coimbra], uma zona nobre da cidade prestes a candidatar-se a Património da Humanidade, e por onde passam muitos milhares de pessoas, está transformada num gigantesco parque de estacionamento de veículos automóveis.

Aos inúmeros lugares de estacionamento propriamente ditos somam-se, diariamente, muitos “lugares” de estacionamento ilegais, nos passeios, nas passadeiras e noutros locais de travessia de peões e zonas pedonais, em lugares reservados para deficientes ou ambulâncias, no fundo ou no topo de escadarias, debaixo de arcadas, em segunda fila, no meio de cruzamentos ou de ruas, etc.
I
I
I
I

As entradas / saídas das várias escadarias – locais de evidentíssima passagem de peões – estão entupidas com estacionamento automóvel. Por exemplo, as Escadas Monumentais da Universidade, uma das principais portas pedonais da universidade: