Circular em cadeira de rodas em Oeiras (18)

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RUA CÂNDIDO DOS REIS
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A Rua Cândido dos Reis é a segunda maior do conjunto de ruas analisado e é a principal artéria de Oeiras – e também aquela que, formando eixo com a Rua Marquês de Pombal, tem mais trânsito automóvel. E também a mais perigosa para os peões, sendo um dos casos mais graves de Oeiras em termos de segurança pedonal.
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Tendo em conta a área que delimitámos previamente no mapa, vamos apenas considerar o troço entre a Rua Marquês de Pombal e a Avenida Carlos Silva, ficando um quarteirão de fora.
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[Quarteirão que nos oferece este cenário:]
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A partir do cruzamento com a Rua Marquês de Pombal, subimos esta rua pelo passeio Norte, que tem quatro troços.
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Logo no início, no local onde a rua faz uma curva e há uma passadeira, existe um estrangulamento…
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...pelo qual nenhuma cadeira de rodas passa.
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De seguida, o passeio alarga para pouco mais de 1,7 metros e, ao longo de algumas dezenas de metros, o único obstáculo de caráter fixo que nele existe é este gradeamento…
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…que reduz inexplicavelmente a sua largura útil para menos de um metro.
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Mas até aqui, em pleno centro de Oeiras, pertíssimo do grande parque de estacionamento do centro, encontrámos carros estacionados em cima do passeio:
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No local desta última imagem, o passeio tinha alargado um pouco mais, mas logo de seguida fica mais estreito, mantendo-se, até ao final do quarteirão, com uma largura entre 1,1 metros e 1,3 metros, mas com obstáculos (mais gradeamento, marco, sinal de trânsito...) que reduzem a largura útil para menos de 1,2 metros.
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O piso deste troço do passeio é muito irregular, provavelmente impróprio para a circulação de cadeiras de rodas.
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A partir do segundo quarteirão, o passeio é reduzido a uma largura absurda…
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…de cinquenta e poucos centímetros.
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Obstáculos como sinais de trânsito colocados no estreitíssimo passeio ainda reduzem a sua largura útil.
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Esta situação absurda e perigosa, numa rua com muito trânsito, manter-se-á no terceiro quarteirão.
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Uma soleira de porta que engole grande parte do passeio e é um convite a quedas.
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No final do quarteirão, há um pedacinho de passeio mais largo, para cima do qual tudo é atirado: sinais de trânsito, postes, painéis de publicidade (“MUPI”) e veículos estacionados:
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Do outro lado da passadeira, no início do quarto e último quarteirão, uma perigosa “rampa de lançamento” para o asfalto:
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De seguida, o passeio passa a ter uma largura de cerca de 2,8 metros (mesmo com obstáculos, sobra uma largura de 2,3 metros)…
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…mas veículos estacionados em cima do passeio podem estragar este quadro raro – neste caso, um veículo de “controlo de tráfego”, com três sujeitos lá dentro a "controlar o tráfego" automóvel e a constituir uma barreira ao tráfego de peões:
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Ao fim de pouco mais de 30 metros, o festim de passeio mais largo acaba e a largura do passeio é, até ao final da rua, reduzida para pouco mais de sessenta centímetros - e ainda encontramos sinais e postes que chegam a reduzir a sua largura útil para menos de 30 centímetros.
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É neste local que, agora no sentido descendente, começamos a percorrer a rua pelo passeio do lado oposto (passeio Sul), composto de sete quarteirões.
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O passeio começa com uma largura de cerca de 1,9 metros, mas logo obstruída por postes e sinais que reduzem a sua largura útil a menos de um metro.
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Poucos metros mais à frente, duas árvores e um abrigo de paragem de autocarro engolem o passeio todo:
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Neste local onde, quer neste, quer no passeio do outro lado, uma cadeira de rodas não tem espaço para transitar (e onde em alguns sítios um peão mal cabe no passeio), a faixa de rodagem tem mais de sete metros de largura, em dois sentidos de trânsito para os veículos automóveis.
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Poucos metros depois da paragem de autocarro, surge um novo estrangulamento onde, mais uma vez, uma cadeira de rodas não passa:
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Passado este estrangulamento, o passeio passa a ter cerca de 1,6 metros, mas permanecem os obstáculos que impedem a circulação de cadeiras de rodas:
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Passamos ao segundo quarteirão e o cenário piora: o passeio fica com uma largura absurda de cinquenta e poucos centímetros e ainda lhe colocaram sinais de trânsito em cima, que lhe reduzem a largura útil para menos de 40 centímetros.
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Nos dois lados da rua, nos passeios mal cabe um peão – mas a faixa de rodagem tem quase 6 metros de largura e continua a ter dois sentidos de trânsito. O local é perigoso para os muitos peões que por aqui circulam todos os dias.
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No final do quarteirão, surge um pequeno pedaço de passeio mais largo (3,5 metros), junto a um supermercado – mas é diariamente ocupado com estacionamento automóvel:
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No quarteirão seguinte, o passeio volta à largura absurda de cinquenta e tal centímetros.
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Tal como no troço anterior, no final do quarteirão o passeio alarga (para 3,5 metros), junto a uma imobiliária, mas a história repete-se: a maior largura de passeio é aproveitada pelos automobilistas para estacionar.
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No quarteirão seguinte, o passeio começa com menos de 1,2 metros de largura, alarga logo a seguir para mais de 3 metros, mas, na prática, mantém a mesma largura útil, porque o pedaço extra de passeio está separado por degraus e não tem saída:
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Onde os degraus acabam, recomeça o estacionamento automóvel em cima do passeio…
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…e logo de seguida o passeio volta a estreitar, para menos de um metro.
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Passamos ao quarteirão seguinte e o passeio inicia com uma largura de quase 3,5 metros:
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Perto do final, um estrangulamento reduz a largura do passeio para 1,6 metros…
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…e no fim do quarteirão surge um novo estrangulamento, mas neste nenhuma cadeira de rodas passa:
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Nesta zona (em pleno centro de Oeiras), a rua já só tem um sentido de trânsito – mas com duas vias.
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O quarteirão seguinte começa com mais um abrigo de paragem de autocarro que engole quase todo o passeio:

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Mal começa e mal acaba: o pequeno quarteirão termina com uma parafernália de coisas em cima do passeio: postes, sinais de trânsito, painéis publicitários tipo “MUPI” e, para “ajudar”, uma mota estacionada:
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No último quarteirão, onde o passeio chega a ter mais de 2,3 metros de largura…
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…o principal obstáculo é o estacionamento de veículos em cima do passeio.
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Inacreditavelmente, numa parte da calçada, a própria autarquia colocou sinais “autorizando” o estacionamento automóvel em cima do passeio, para cargas e descargas, nos dias úteis, entre as 9h e as 18h. Nos dias úteis e não úteis, dentro ou fora desse horário, dentro ou fora do troço de passeio onde esse estacionamento é autorizado, para cargas e descargas ou para outros fins, o passeio está frequentemente ocupado com automóveis estacionados:
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Por fim, as passadeiras. São apenas sete as passadeiras existentes nesta longa rua.
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Um lancil de passeio intransponível.
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Uma passadeira cuja utilização é diariamente bloqueada por estes três veículos.
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Nenhuma é acessível. Nem mesmo esta…
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…onde o passeio está bem rebaixado ao nível da passadeira, mas… que é estreito demais para nele caber uma cadeira de rodas.
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Conclusão: rua parcialmente acessível.
Dos onze troços de passeio analisados, apenas no primeiro troço do passeio Norte (no sentido ascendente) podem circular cadeiras de rodas (apesar de não existir um corredor contínuo livre de obstáculos com pelo menos 1,2 metros de largura), mas só se não houver carros estacionados, e, no mínimo, com dificuldade devido ao mau estado do passeio em alguns locais.
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Mobilidade pedonal em geral: percorrer a rua em qualquer dos passeios com um carrinho de bebé revela-se uma tarefa impossível (embora a espaços essa circulação seja possível). Em grande parte do passeio, mal cabe um peão, sendo o passeio particularmente perigoso para idosos e para invisuais (mas não só).
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