Nos quatro anos de blogue: Ferrovia (3)

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14 – LINHA DE ÉVORA
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Evolução 2009-2013:
Linha eletrificada.
Grande redução da oferta.
Encurtamento significativo dos tempos de viagem.
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Observações:
1) No final de 2006, foram concluídas as obras de modernização (no que resta da) Linha de Évora, que levaram ao encerramento da linha durante 9 meses. Em Outubro de 2009, menos de três anos depois de concluída aquela obra, anunciou-se a obra de eletrificação (não incluída na empreitada anterior) e que, para o efeito, a linha ia voltar a ser encerrada, durante um ano. Apesar dos protestos e de uma petição contra o encerramento, com fundamento em que não era necessário encerrar a linha para fazer a obra de eletrificação, o Governo autorizou o fecho. Durante um ano e três meses (de Maio de 2010 a Julho de 2011), esteve interrompida a circulação em duas linhas férreas (Linha de Évora e Linha do Alentejo), para se fazer uma obra de eletrificação de um troço de 26 km da Linha de Évora e uma obra de modernização de um troço de 37 km da Linha do Alentejo. A obra de eletrificação da Linha de Évora terá custado cerca de 46 milhões de euros, comparticipados a 70% pela União Europeia.

2) Em 2009, circulavam na Linha de Évora 14 comboios por dia; em 2013, depois de a linha ter sido inteiramente modernizada, dispondo de elevados padrões de velocidade, a oferta está reduzida a 8 comboios diários: quase metade.
Foram suprimidas todas as ligações ferroviárias entre as cidades de Évora e de Beja (8 comboios diários em 2009).
O comboio Intercidades entre Lisboa e Évora ganhou uma nova ligação em cada sentido (4 comboios por dia em 2013, contra 3 em 2009), mas à custa da supressão dos 4 comboios Intercidades diários entre Lisboa e Beja (ver Linha do Alentejo).

3) Os tempos de viagem encurtaram significativamente: a viagem mais rápida entre Lisboa (Sete Rios) e Évora (139 km) demora agora 1h21, menos 23 minutos do que em 2009, e a viagem mais lenta 1h29 (menos 16 minutos). Demorava o dobro há 15 anos, quando foi inaugurada a autoestrada para Évora. Em 2013, o comboio é o meio de transporte mais rápido entre as duas cidades.

4) O tempo de viagem podia ser ainda mais curto. O comboio rápido, que em 2009 fazia 6 paragens num trajeto de 139 km (em média, uma paragem em cada 23 km), tem, em 2013, 10 paragens (em média, faz uma paragem em cada 14 km, uma paragem a cada 9 minutos): apesar de ser um rápido Intercidades, o comboio passou a fazer paragens nas localidades de Poceirão, de Fernando Pó, de Pegões e de São João das Craveiras.
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Fotografia: REFER
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15 - RAMAL DE TOMAR
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Evolução 2009-2013:
Sem qualquer alteração de relevo.
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Observações:
1) Em 2013, a oferta mantem-se igual à de 2009: 34 comboios diários, todos tendo Lisboa como origem ou destino, sendo 18 no sentido Lisboa-Tomar e 16 no sentido Tomar-Lisboa.
2) Também os tempos de viagem não tiveram qualquer alteração de relevo (um ou dois minutos, em regra, para mais ou para menos). Em 2013, a viagem mais rápida entre Lisboa e Tomar (130 km) demora 1h36 no sentido Tomar-Lisboa e 1h44 no sentido Lisboa-Tomar, e a mais lenta 2h06 no sentido Lisboa-Tomar e 2h09 no sentido Tomar-Lisboa.
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Imagem: Nuno Morão
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16 - LINHA DO OESTE
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Evolução 2009-2013:
Diminuição da oferta.
Em regra, diminuiu o número de transbordos, bem como os tempos de espera nos transbordos.
Na maior parte dos casos, houve um encurtamento dos tempos de viagem.
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Observações:

1) Em 2009, foi anunciado o projeto de modernização e eletrificação da Linha do Oeste. Mas o projeto foi abandonado, apesar de ações de protesto, manifestações, vigílias, viagens de comboio promovidas por deputados, petições, resoluções aprovadas na Assembleia da República e o consenso de personalidades de todos os partidos nas regiões servidas pela linha.
Em meados de 2011, em vez da modernização, um estudo encomendado pelo Governo previa o encerramento da linha entre Louriçal (30 km a Norte de Leiria) e Torres Vedras.
Em Outubro de 2011, o Governo que se seguiu decidiu encerrar a linha, a partir de 2012, entre Caldas da Rainha, Leiria e Figueira da Foz. Um estudo custeado por vários municípios da região, que apontou erros de gestão na exploração da linha por parte da CP, levou, entretanto, o Estado a rever a decisão tomada.

2) A Linha do Oeste continua a definhar: por falta de investimento, a linha (com cerca de 200 km de extensão) tem padrões de velocidade ultrapassados, e em alguns trajetos os tempos de viagem são mais longos do que algumas décadas atrás.

3) Há poucos anos, a CP dividiu artificialmente a Linha do Oeste em duas: uma para Norte das Caldas da Rainha (na direção de Lisboa), outra para Sul (na direção da Figueira da Foz): deixou de haver quaisquer comboios a circular de Norte para Sul e de Sul para Norte das Caldas. Os passageiros passaram a ser sempre obrigados a um transbordo para continuar viagem, com tempos de espera por vezes muito longos.
Entre 2009 e 2013, a CP introduziu um comboio que rompeu essa divisão artificial nas Caldas da Rainha (um comboio de Lisboa a Coimbra, sem transbordo); é, no entanto, caso único: em todas as outras ligações, a divisão permanece.

4) Há comboios da Linha do Oeste que obrigam os passageiros a um outro transbordo, na estação de Meleças (perto do Cacém, local onde a Linha do Oeste entronca com a Linha de Sintra), por vezes também com tempos de espera elevados, sendo a viagem entre Meleças e Lisboa feita nos comboios suburbanos de Sintra.
Por comparação com 2009, em 2013 há menos uma ligação diária em que os passageiros são obrigados a fazer esse transbordo (em bom rigor, há menos duas, mas uma delas porque a ligação foi pura e simplesmente suprimida).

5) A Linha do Oeste é, de todas as linhas ainda em exploração, provavelmente aquela que mais mudanças tem tido ao longo dos anos, nomeadamente nos trajetos dos comboios e nos transbordos. Em 2013, a estrutura das ligações é esta: 1 comboio diário de Lisboa a Coimbra; 8 comboios diários entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz (4 em cada sentido); 1 comboio diário de Coimbra às Caldas; 8 comboios diários entre Caldas da Rainha e Meleças (4 em cada sentido); e 11 comboios diários entre Lisboa e as Caldas (6 no sentido Caldas-Lisboa e 5 no sentido Lisboa-Caldas). Em Lisboa, as estações de partida ou de chegada também têm mudado com frequência: em 2013, Santa Apolónia é estação terminal ou de partida de 7 comboios, e Entrecampos de 5 comboios. 

6) Em 2013, há menos um comboio por dia a circular na Linha do Oeste, por comparação com 2009: foi suprimida uma das ligações das Caldas da Rainha a Meleças.

7) Há menos de 10 anos, ainda era possível viajar entre Lisboa e a Figueira da Foz, percorrendo toda a Linha do Oeste, sem ter de se mudar de comboio. Desde 2005, isso deixou de ser possível.
Em 2009, havia 9 ligações diárias entre Lisboa e a Figueira, em 2013 são 7 (3 para Norte, 4 para Sul). Em todas existe transbordo: 5 ligações com um transbordo nas Caldas e 2 com dois transbordos, em Meleças e nas Caldas (em 2009, 7 das 9 ligações implicavam dois transbordos, nas Caldas e em Meleças ou em Verride). O tempo médio de espera nos transbordos é de 23 min no sentido da Figueira (40 min em 2009) e 27 min no sentido de Lisboa (34 min em 2009).
A viagem mais rápida de Lisboa (Entrecampos) à Figueira da Foz (trajeto de 215 km) demora, em 2013, 4h32m, mais 10 minutos do que em 2009 (é 1 hora mais lenta do que há pouco mais de 10 anos, e é mais lenta até do que há 30 anos). Da Figueira a Lisboa, a viagem mais rápida demora agora 3h49, menos 6 minutos do que em 2009 (mas quase mais meia hora do que há uma década).
Nos percursos mais lentos, a viagem demora 4h51 e 5h04, respetivamente (menos 17 min e menos 32 min).

8) Na metade Norte da linha, entre Caldas da RainhaFigueira da Foz (com passagem por Leiria), há 8 ligações diárias entre as duas cidades, menos 2 do que em 2009. Mas em 2013 todas são diretas, enquanto em 2009 só 60% das ligações eram diretas (nas outras, era preciso mudar de comboio em Verride).  
A viagem mais rápida entre as duas cidades (110 km) demora agora 1h43 (sentido Figueira) ou 1h44 (no sentido Caldas), menos 19 e menos 10 minutos do que em 2009, respetivamente (mas há pouco mais de uma década, a viagem era mais curta do que hoje). A viagem mais lenta demora 2h09 no sentido das Caldas (mais 5 minutos) e 2h05 no sentido da Figueira (menos 31 minutos).

9) Na metade Sul, entre Caldas da Rainha e Lisboa (com passagem por Torres Vedras), há 20 ligações diárias (10 em cada sentido), menos uma do que em 2009.
Mas aumentou o número de comboios sem transbordo, de 11 em 2009 para 12 em 2013. Nas outras 8 ligações (4 em cada sentido), os passageiros têm de mudar de comboio na estação de Meleças, sendo o percurso entre Meleças e Lisboa feito nos suburbanos de Sintra. 
Entre Lisboa e Caldas da Rainha (105 km), 1h56 é o melhor tempo de Caldas a Lisboa (mais 2 minutos do que em 2009), e no sentido Lisboa-Caldas a viagem mais curta demora 1h48 (mais 4 minutos): a viagem era mais rápida há 30 anos. Na pior das hipóteses, os 105 km demoram agora 2h39 a percorrer no sentido Lisboa-Caldas (menos 18 minutos do que em 2009) e 2h32 no sentido Caldas-Lisboa (menos 11 minutos).
Entre Lisboa e Torres Vedras (64 km), o melhor tempo de viagem é 1h10 no sentido de Torres Vedras (mais 2 minutos do que em 2009) e 1h16 no sentido de Lisboa (menos 1 minuto): a viagem também era mais rápida há algumas décadas, quando ainda não havia autoestrada. O percurso mais lento demora agora 1h47 no sentido de Lisboa (menos 9 minutos) e 1h50 no sentido contrário (menos 19 minutos).
O tempo médio de espera nos transbordos na estação de Meleças diminuiu de 20 para 10 minutos no sentido Lisboa-Caldas e de 17 para 8 minutos no sentido Caldas-Lisboa.

10) Entre Coimbra, Leiria e Caldas da Rainha há agora 9 ligações diárias, contra 8 em 2009 (eram 4 em cada sentido, agora há uma 5.ª no sentido Coimbra-Caldas).
Mas agora só existe um comboio direto em cada sentido (eram dois em 2009): as outras 7 ligações obrigam os passageiros a um transbordo na bifurcação de Lares (onde a Linha do Oeste entronca com o Ramal de Alfarelos). O tempo média de espera nos transbordos desceu de 29 para 10 min no sentido Caldas-Coimbra e aumentou de 27 para 31 min no sentido inverso.
Entre Coimbra (B) e Leiria (80 km), a viagem mais rápida demora 1h09 no sentido Leiria-Coimbra (mais 3 min em relação a 2009) e 1h15 no Sentido Coimbra-Leiria (mais 5 min). A mais lenta, 2h07 no sentido Coimbra-Leiria (mais 4 min) e 1h55 no sentido Leiria-Coimbra (menos 29 min).
Entre Coimbra e as Caldas (135 km), a viagem mais rápida demora 1h57 das Caldas a Coimbra (mais 1 minuto do que em 2009) e 2h05 no sentido Coimbra-Caldas (mais 4 minutos). A viagem mais lenta demora 3h14 no sentido Coimbra-Caldas (mais 6 minutos) e 2h56 no sentido Caldas-Coimbra (menos 29 minutos).

11) Entre Lisboa e Leiria, mantêm-se as 9 ligações diárias (4 no sentido de Leiria, 5 no sentido de Lisboa), mas só há um comboio direto (no sentido Lisboa-Leiria): 2 ligações implicam dois transbordos, em Meleças e nas Caldas (eram 4 em 2009) e 6 obrigam a um transbordo nas Caldas (eram 5 em 2009). Em 2009, todas as ligações tinham transbordo. Houve uma melhoria do tempo médio de espera nas mudanças de comboio: de 29 para 23 minutos no sentido Lisboa-Leiria e de 33 para 23 minutos no sentido Leiria-Lisboa.
Em 2013, percorrer os 160 km que separam as duas cidades por caminho-de-ferro demora, na melhor das hipóteses, 2h39 no sentido Lisboa-Leiria (mais 6 minutos do que em 2009) e 2h54 no sentido Leiria-Lisboa (mais 6 minutos do que em 2009), à velocidade de há décadas. O tempo de viagem chega a 4h01 de Leiria a Lisboa e 3h46 de Lisboa a Leiria; neste caso, a duração das viagens diminuiu, respetivamente, 32 min e 17 min em relação a 2009. 
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Imagem: Gazeta das Caldas, o jornal português que mais atenção tem dado à Linha do Oeste, designadamente através do seu jornalista Carlos Cipriano.
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(continua)
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