Na conferência Mobilidade na Área Metropolitana do Grande Porto, realizada ontem no Porto, o investigador Nélson Barros, do Centro de Investigação em Alterações Globais, Energia, Ambiente e Bioengenharia da Universidade Fernando Pessoa (UFP), apresentou um estudo cujas conclusões apontam para que "os portuenses que moram junto à Via de Cintura Interna (VCI), na zona do Amial, «estão sujeitos a níveis de benzeno [um hidrocarboneto carcinogénico] que excedem os valores-limite de protecção à saúde humana»" - noticiou hoje o jornal Público. Noutros locais situados junto a esta auto-estrada urbana, os níveis de benzeno encontram-se já perto do valor limite de protecção para a saúde humana.
Malefícios do benzeno:
Efeitos agudos: O benzeno é um irritante moderado das mucosas e sua aspiração em altas concentrações pode provocar edema pulmonar. Os vapores são, também, irritantes para as mucosas oculares e respiratórias.
A absorção do benzeno provoca efeitos tóxicos para o sistema nervoso central causando de acordo com a quantidade absorvida, narcose e excitação seguida de sonolência, tonturas, cefaléia, náuseas, taquicardia, dificuldade respiratória, tremores, convulsões, perda da consciência e morte.
Efeitos crónicos principais:
Alterações hematológicas: vários tipos de alterações sanguíneas, isoladas ou associadas, estão relacionadas à exposição ao benzeno. Devidas à lesão do tecido da medula óssea (local de produção de células sanguíneas), essas alterações correspondem, sobretudo a Hipoplasia, Displasia e Aplasia.
O aparecimento de macrocitose, pontilhado basófilo, hiposegmentação dos neutrófilos (pseudo Pelger), eosinofilia, linfocitopenia e macroplaquetas são alterações precocemente apreciadas na toxicidade benzênica.
Alterações neuro-psicológicas e neurológicas: são observadas alterações como: atenção, percepção, memória, habilidade motora, viso-espacial, viso-construtiva, função executiva, raciocínio lógico, linguagem, aprendizagem e humor.
Outras Alterações: foram observadas alterações cromossomáticas numéricas e estruturais em linfócitos e células da medula óssea de trabalhadores expostos ao benzeno.
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