Linha de Évora: electrificação


A Refer anunciou que consignou a empreitada de electrificação da totalidade do troço de 27 km da Linha de Évora até esta cidade (o troço Évora-Estremoz continua a não ter comboios de passageiros, apesar de não estar encerrado). A empreitada insere-se no projecto da linha ferroviária de mercadorias Sines-Badajoz.

Mais um investimento no sector dos transportes e no bom sentido.

Lamentável é que há pouco tempo a Linha de Évora tenha sido encerrada durante 9 meses, para obras de modernização - foi reaberta há 2 anos e 11 meses... - e que vá agora encerrar mais um ano. Faz lembrar as obras em muitas cidades portuguesas: vem a empresa do gás e esburaca a rua para substituir a conduta, tapa-se tudo, um mês depois a empresa da água esburaca a mesma rua outra vez, agora para substituir os canos, e assim por diante. Neste caso, é ainda pior: trata-se da mesma empresa...

Entretanto, o Público noticiou que, após a modernização desta linha, a taxa de ocupação dos comboios subiu já de 19% para 30%, em menos de 3 anos. Apesar de Évora ser servida por auto-estrada. É a prova de que, com o necessário investimento e horários adequados, o comboio tem futuro em Portugal...

2 comentários:

Sofia Vasconcelos disse...

Não percebi se o último parágrafo era ironia. Porque 30% parece-me pouco...

A Nossa Terrinha disse...

Não é ironia. A notícia do Público também apresenta os 30% como algo de negativo, mas a verdade é que neste país das auto-estradas, dos incentivos ao automóvel e da falta de incentivos à utilização do comboio, não é de um momento para o outro que se convencem as pessoas a andar de comboio. Uma subida de 19% para 30% em 2 anos e 11 meses é positiva. Significa que muita gente passou a utilizar o comboio neste trajecto.

Que a taxa de ocupação podia ser melhor, é um facto. A viagem de comboio entre Lisboa (Entrecampos) e Évora demora 1 hora e 45 minutos (e podia demorar menos, com composições mais modernas). A viagem de automóvel entre esses dois pontos demoraria mais ou menos o mesmo, mas isto só se não houvesse engarrafamentos em Lisboa. E, dependendo do número de pessoas, ir de comboio pode ser bem mais barato. Só mesmo a falta de informação e o vício do automóvel leva muita gente a continuar a ignorar o comboio.