AVENIDA
CARLOS SILVA
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A Avenida Carlos Silva é a maior
de todas aquelas que analisámos. Percorremo-la primeiro pelo passeio Norte (de
três troços) e depois pelo passeio Sul (de oito troços), em ambos os casos no
sentido ascendente.
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Passeio Norte. Junto ao
cruzamento com a Avenida Miguel Bombarda, existe um pedaço de passeio com
largura suficiente para ser diariamente transformado num "parque de estacionamento selvagem":
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Quando se entra na Avenida
Carlos da Silva propriamente dita, o passeio tem uma largura de cerca de 1,7
metros. Mas várias árvores ao longo deste quarteirão reduzem significativamente
a sua área útil e impedem a circulação de cadeiras de rodas. Ao lado, lugares
de estacionamento automóvel.
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O segundo troço do passeio - o
mais longo, entre a Rua José Falcão e a Avenida dos Aliados –, também ladeado
por lugares de estacionamento,
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[Há sempre espaço para
os automóveis]
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tem uma largura que varia pouco,
entre 1,7 metros e 1,9 metros. O cenário não é diferente do quarteirão anterior:
o passeio está cheio de obstáculos, logo desde o início do quarteirão…
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…e a circulação em cadeira de
rodas é impossível. Em alguns casos, a largura de passeio livre de obstáculos não
chega a atingir 40 cm.
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O cenário não muda até ao fim
do longo quarteirão. Às árvores que se interpõem no nosso caminho acrescem
caixotes de lixo depositados no passeio e postes e sinais implantados quase no
meio do passeio…
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…e em alguns locais arbustos
particulares invadem o já diminuto espaço útil do passeio:
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Aqui, no final do quarteirão, a
rua tem dois sentidos de trânsito, havendo bastante espaço para a circulação
automóvel – a única coisa que verdadeiramente parece interessar.
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Na passagem para o terceiro e
último troço de passeio, a altura do lancil do passeio no enfiamento da
passadeira é uma barreira para as cadeiras de rodas. No outro lado (início do
terceiro quarteirão), a infeliz disposição dos pilaretes de pedra colocados no
passeio, em relação à passadeira, constitui mais uma barreira:
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O que nos aparece a seguir é um
passeio com uma invulgar largura, que chega a atingir cerca de 15 metros.
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Dois estrangulamentos são
visíveis nesta última imagem. O primeiro resulta de degraus colocados no
passeio, sendo que o espaço de passeio sobrante só é suficiente para a passagem
de uma cadeira de rodas se as dianteiras ou traseiras dos carros estacionados
não invadirem o passeio (mas sabemos que, infelizmente, não é essa a regra).
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No caso contrário, os degraus
são obstáculo suficiente para impedir a circulação da cadeira de rodas sem ajuda – o que
não deixa de ser caricato num passeio largo.
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O segundo estreitamento, apesar
de disparatado…
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…não obsta, em princípio, à
progressão de uma cadeira de rodas.
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A seguir, o passeio continua largo ao longo de algumas dezenas de metros:
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A seguir, o passeio continua largo ao longo de algumas dezenas de metros:
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Pequenos inibidores de pedra vão
impedindo que este espaço pedonal seja invadido pelo estacionamento automóvel.
Mas é de temer o pior: muitos dos pilaretes têm sido derrubados pelos
automobilistas…
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…e parece ser apenas uma
questão de tempo até que a invasão automóvel alastre pelo resto do passeio.
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Passado este invulgar regabofe
de calçada, a largura do passeio diminuiu drasticamente para 1,9 metros…
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[Sendo que a entrada neste
último subtroço de passeio está frequentemente barrada pelo estacionamento ilegal,
bem à vista da PSP de Oeiras, umas dezenas de metros mais à frente:]
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…e várias árvores impedem a
passagem de cadeiras de rodas.
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A rua continua, aqui, a ter dois
sentidos de trânsito.
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Percorrer a Avenida Carlos
Silva pelo passeio Sul implica atravessar oito quarteirões e a primeira
barreira à mobilidade em cadeira de rodas constitui, precisamente, a passagem
entre quarteirões: mais uma vez, a altura dos lancis dos passeios é, em regra,
um obstáculo.
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No primeiro quarteirão, o
passeio tem entre 1,2 metros e 1,8 metros, mas logo neste início de avenida…
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…começam os obstáculos que
reduzem a sua largura útil a menos do que 1,2 metros (sinais, postes,
papeleiras, árvores…), incluindo contentores de lixo e uma mota cuja obstrução
do passeio é tão frequente que, na prática, já quase se tornaram obstáculos de
carácter permanente:
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No segundo lanço de passeio
(com uma largura de cerca de 1,9 metros), repete-se, logo no início, a presença
de contentores de lixo, estes “estrategicamente” colocados no enfiamento de uma
passadeira, dificultando, pois, duplamente a
mobilidade pedonal:
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Passados os "generosos"
contentores que impedem a passagem de qualquer cadeira de rodas, duas árvores (a
que se juntam algumas covas no passeio) completam o cenário de inacessibilidade.
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Avançamos para o terceiro
quarteirão (com a sorte de não nos deslocarmos em cadeira de rodas) e pouco
muda. A largura de passeio é agora de 1,8 metros, mas continua a ser ilusória,
pela presença de sinais, postes e árvores a diminuir a largura útil. Três
árvores são suficientes para impedir a circulação de cadeiras de rodas.
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No quarto quarteirão, o cenário
não melhora: pelo contrário, piora. Várias árvores impedem a circulação de
cadeiras de rodas…
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…e o passeio é bastante irregular,
com buracos, pedras soltas e ainda uma grande depressão (ideal para fazer cair
invisuais ou pessoas idosas):
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Avançamos para o quinto
quarteirão. O passeio continua a ter a mesma largura virtual (1,8 metros) e as
árvores continuam a obstruir a passagem – uma delas no enfiamento de uma
passadeira.
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O sexto quarteirão, que tem uma
largura de 1,8 / 1,9 metros, distingue-se dos restantes por não ter árvores.
Postes e sinais deixam uma largura livre de passeio de cerca de 1,3 metros,
suficiente, portanto, para a circulação de cadeiras de rodas, mas, mais uma
vez, buracos no chão e pedras soltas dificultam-na.
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No sétimo quarteirão, o passeio
mantém os 1,8 metros de largura. A calçada está num estado deplorável e
multiplicam-se os obstáculos…
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…mas, mais uma vez, são sobretudo
as árvores que impedem a circulação de cadeiras de rodas:
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No oitavo e último quarteirão,
o passeio tem cerca de 1,7 metros de largura, mas isto sem contar com barreiras
como postes, caixas de energia e, mais uma vez, várias árvores, que chegam a
reduzir a largura útil de passeio a menos de 30 cm.
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A Avenida Carlos Silva fornece
alguns exemplos de como é perfeitamente possível rebaixar impecavelmente o passeio ao nível
da passadeira:
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Esta
longa avenida tem nove passadeiras. Em nenhuma o lancil do passeio excede muito
o máximo admissível. Mas só em três das nove passadeiras é que esse máximo não
é excedido de ambos os lados do passeio. E nestas três estamos a incluir, por favor,
uma passadeira relativamente à qual nunca chegámos a conseguir medir o lancil
do passeio Sul (no passeio Norte, o lancil tem menos de 2 cm): em várias visitas ao local, estava sempre alagado.
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Conclusão: rua parcialmente
acessível.
Seis das nove passadeiras
chumbam.
Não é possível circular de uma
ponta à outra da avenida em qualquer dos passeios.
Dos onze troços de passeio, só no sexto troço do passeio Sul é que uma cadeira de rodas poderia circular (com dificuldade, devido ao estado do pavimento).
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Mobilidade pedonal em geral: em
muitos locais de qualquer dos dois passeios, pais com carrinhos de bebé têm de
ir para o asfalto. Constantes obstáculos no passeio tornam-no um
inferno para os invisuais. Muitas irregularidades na calçada, incluindo buracos
e pedras soltas, são meio caminho andado para quedas, nomeadamente de idosos e
de invisuais. Mesmo peões sem quaisquer problemas de mobilidade acabam por ter
de circular na faixa de rodagem em vários locais. São numerosos os locais
onde não é possível o simples cruzamento de peões ou a passagem de um peão
com um guarda-chuva aberto.
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(continua)
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1 comentário:
Acho que o estado deve criar um grupo de inspeção da mobilidade em Portugal.
Alterar a lei para obrigar as câmaras a resolver todos os problemas no prazo de 1 ano (já tiveram mais de uma década para resolver, por isso não é pouco tempo) e depois sofrem inspecções... se tiverem alguma coisa mal, é cortado todos os fundos monetários (incluindo salários de todos os funcionários) da câmara, até que a mesma resolva o problema a 100%... é apostar em como TODAS resolviam o problema e em bem menos de 1 ano! Isto é só uma questão de motivação e boa inspeção.
Catarina, para inspetora!
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