A rede portuguesa de auto-estradas: motivo de orgulho? (4)

I
(continuação) (clique aqui para ver a terceira parte)

Entre os benefícios insistentemente apontados às auto-estradas, são usualmente destacados os benefícios económicos – como sempre, mediante comparação com a realidade preexistente e nunca com outra alternativa.

Assim, tem-nos sido repetidamente afirmado, ao longo dos últimos 25 anos, que as auto-estradas constituem «um motor essencial do desenvolvimento económico do país» e que com elas damos um «passo decisivo para nos aproximarmos da “Europa desenvolvida”» (como se, por magia, as auto-estradas pudessem suprir os problemas estruturais da economia portuguesa).

Não podemos fazer aqui um balanço global de natureza económica da enorme rede de auto-estradas construída, com base no qual pudéssemos retirar conclusões sobre o retorno do investionário milionário que tem sido realizado. Mas não podemos deixar de ficar com a noção de que alguma coisa não bate certo neste tipo de discurso.

Entre 1986 (ano da nossa entrada na União Europeia) e 2000, construíram-se 1 322 km de auto-estrada. De 2000 a 2010 construíram-se mais 1 249 km de auto-estradas. Como se concluiu no artigo anterior, em 2008 estávamos já à frente de quase todos os outros países da União Europeia em auto-estradas. E, no entanto, se é certo que até 2000 nos aproximámos do nível de riqueza média da União, desde 2001 - quando já estávamos razoavelmente apetrechados de auto-estradas - Portugal tem vindo a afastar-se cada vez mais da média europeia. Com o dinheiro que tinha e, sobretudo, com o que não tinha, Portugal encheu-se de auto-estradas ao mesmo tempo que se endividava profundamente. A situação económica e financeira do país é hoje, como se sabe, preocupante. E no quadro europeu estamos, em termos relativos, cada vez mais pobres.

E, no entanto, países ricos da UE, com muito menos auto-estradas do que Portugal (em termos relativos) desenvolveram-se mais do que o nosso nos últimos 10 anos. A Noruega era em 2008 o terceiro país mais rico do mundo, embora praticamente tivesse dispensado as auto-estradas. E Portugal foi ultrapassado por alguns dos novos países da União Europeia que não embarcaram no mesmo desbaratamento de recursos em auto-estradas.

Estranha-se, por isso, que em Portugal as auto-estradas sejam declaradas "essenciais" ao desenvolvimento económico.

Individualmente considerados, alguns dos argumentos de natureza económica que têm sido invocados fazem sentido [ainda que do ponto de vista político impliquem opções económicas com as quais muitas pessoas possam eventualmente não estar de acordo], como as vantagens do investimento público na reanimação da atividade económica e na criação de postos de trabalho (mesmo que temporários). Simplesmente, esses efeitos conseguem-se também com outro tipo de obras públicas, como a construção de vias rápidas, de hospitais, de creches, de escolas, de caminho-de-ferro ou - como se fez em França durante a crise económica - em reabilitação de património. Não é, pois, um argumento válido para justificar a construção de uma auto-estrada.

A melhoria da infra-estrutura viária ter-se-ia bastado, ao menos em grande parte, com a construção de boas estradas, bastante mais baratas. É difícil não ficarmos com a noção de que construímos e estamos a continuar a construir uma infra-estrutura desproporcionada à nossa realidade.

No artigo que já aqui foi referido, o economista Avelino de Jesus explicava, precisamente, que o extraordinário número de quilómetros de auto-estradas que se construíram em Portugal não teve efeitos visíveis no desenvolvimento do transporte de mercadorias:

- a elasticidade do volume de mercadorias face ao PIB entre 1990 e 2006 foi de apenas 0,27, não obstante a elasticidade da rede de auto-estradas ter sido de 4,55 (enquanto no caso espanhol a elasticidade do volume de mercadorias transportadas foi de 0,81, condizente com os 0,88 de elasticidade de extensão das auto-estradas);

- de 1990 a 2006, a rede de auto-estradas cresceu 480%, mas o volume das mercadorias transportadas só cresceu 28,5% (enquanto que Espanha aumentou a rede de auto-estradas em 130% e o volume de mercadorias transportadas cresceu 121%).

No mesmo artigo, o mesmo economista explicáva-nos que o efeito mais significativo que tão grande aumento da rede de auto-estradas teve foi, no domínio do transporte de passageiros, um extraordinário crescimento da mobilidade individual, em prejuízo da utilização do transporte público. O enorme crescimento da motorização individual em Portugal – contra a tendência atual da tal "Europa desenvolvida" da qual nos queríamos aproximar – tem, além de efeitos nocivos para o ambiente [sobre os efeitos ambientais negativos das auto-estradas, ver adiante], efeitos económicos e financeiros negativos bastante relevantes, nomeadamente:

- o aumento de emissões de CO2 implica custos acrescidos (e avultados) para o nosso país;

- a maior dependência externa, graças ao aumento do consumo de combustíveis fósseis;

- o crescimento dos buracos financeiros das empresas públicas de transporte ferroviário (CP e REFER), perante a concorrência crescente e implacável da auto-estrada (esses buracos, somos nós que os pagamos: mais uma vez, o dinheiro não vai cair do céu).

A estes buracos soma-se o cada vez maior buraco da empresa Estradas de Portugal, fonte de endividamento do país e da atrofia financeira do Estado. O prejuízo para o erário público está longe de se esgotar na construção das auto-estradas e estende-se à sua exploração (ver adiante, a propósito do volume de tráfego nas auto-estradas construídas e em construção), para o que constituem “ajuda preciosa” os contratos que se têm celebrado com as concessionárias, que parecem assentar no modelo da transferência do risco do negócio para o Estado.

Ainda a nível económico-financeiro, há ainda que contar com uma consequência futura, cuja gravidade não é muito difícil imaginar: em resultado, sobretudo, do sobre investimento em auto-estradas e do desinvestimento na ferrovia, estamos a ficar cada vez mais dependentes (nas nossas deslocações internas - passageiros e mercadorias) de um recurso (o petróleo) cujo preço inevitavelmente vai, nos próximos anos (meses?), disparar para valores incomportáveis.

De forma que, perante isto tudo, continua a soar-nos estranha a repetida afirmação de que as novas auto-estradas que se vão projetando vão trazer o tão aguardado e desejado "desenvolvimento económico" ao país.

Sem dúvida nenhuma que esta "análise" é redutora. Ainda assim, tudo isto devia suscitar reflexão - e não parece que suscite.

(continua)


Nota: este artigo não pretende, obviamente, constituir um estudo de custo / benefício das auto-estradas portuguesas. São apenas algumas reflexões, feitas por uma leiga (seguramente com falhas de análise), e não passam disso.

30 comentários:

Anónimo disse...

Onde se lê "desenvolvimento económico do país", deve-se ler "desenvolvimento económico dos políticos e empresários", ou será que ainda há alguém tão ingénuo e/ou estúpido que acredita realmente que eles estão a fazer um favor ao país??

Citação disse...

«O atento disse...
Só para acrescentar que, segundo o Público de hoje, a REFER endividou-se cerca de 6 mil milhões de euros (mais 4 mil milhões do que a Estradas de Portugal); valor este superior ao que o Estado paga em juros de dívida pública (5.5 mil milhões) e mais, veja-se, do que gasta em pensões (4 mil milhões).
Revejam lá essas contas, sff»

6 de Outubro de 2010 11:02

Anónimo disse...

O combóio dá muito mais prejuizo que as autoestradas como é óbvio! Os resultados tão à vista! A REFER individa-se mais que a EP.

Anónimo disse...

O pagamento do plano que se subscrever é debitado no saldo do telemóvel, ou têm de se pagar como despesa autónoma? - i é; é debitado à parte, ou basta ter saldo no telemóvel?

Anónimo disse...

Ops... Não era aqui!
:/

Nem de propósito disse...

Mas onde é que esses gajos gastaram 6 mil milhões?
Provavelmente em carros topo de gama e em prémios de gestão, porque em carruagens e em linhas não foi de certeza.
...
Nem de propósito, há dias passei de bicicleta por uma equipa de trabalho da REFER, composta por 2 pick-ups novinhas e uns dez gajos, o mais engraçado é que estava um a trabalhar os outros a olhar (deviam ser os engenheiros...); assim percebe-se para onde vai a guita!

Anónimo disse...

«O atento disse...
Só para acrescentar que, segundo o Público de hoje, a REFER endividou-se cerca de 6 mil milhões de euros (mais 4 mil milhões do que a Estradas de Portugal)»

Esse é daqueles «mistérios» que só mesmo em Portugal. Em finais de 2008 houve um grande escabeche porque se descobriu que a dívida da Estradas de Portugal era de 15.000 milhões de euros. O presidente da EP foi ao Parlamento e tudo (a pedido do CDS) explicar porque é que não havia problema nenhum, que estava tudo controlado.
Desde que então, desde que se fala sobre a dívida da Estradas de Portugal nas notícias, ela anda sempre entre os 1000 e os 5000 milhões de euros.
Curioso, não é?

Obviamente que isto não aconteceria se os jornalistas se dessem ao trabalho de confrontar o governo com os números que este lhes manda nos comunicados de imprensa, como os jornalistas de hoje em dia a única coisa que fazem é traduzir telexes das agências estrangeiras e fazer copy paste das nacionais, isso é pedir de mais.

Anónimo disse...

"Mas onde é que esses gajos gastaram 6 mil milhões?"


Olhe, por exemplo a remover as passagens de nível da rede nacional.
Se vir os Relatórios&Contas da REFER da última década vai reparar numa coisa curiosa: as taxas pagas pela circulação dos comboios são suficientes para cobrir TODAS as despesas correntes da REFER, i.e., pessoal + manutenção das vias. Ou seja, numa situação de mercado normal a REFER tinha lucro.
Todo o prejuízo que a REFER vem acumulando desde que foi criada resulta apenas e só das obras extraordinárias que o Governo a vem obrigando a fazer (que na maioria dos casos poucos benefícios trouxeram à ferrovia).

Anónimo disse...

E isso sem contar com a CP, que se endividou em cerca de 3,4 mil milhões (ainda acima dos 2 mil milhões das Estradas de Portugal); juntas, a REFER e a CP, fazem a módica quantia de 9,4 mil milhões de euros de endividamento - isto só para os caminhos de ferro.
Digam lá sff, a malta dos números, quantos quilómetros de auto-estrada estes 9,4 mil milhões dariam para fazer?
Porque essa quantia daria para pagar a totalidade das pensões por 2 anos; ou para financiar o ensino superior, nos termos actuais, por sete anos...

Anónimo disse...

"Digam lá sff, a malta dos números, quantos quilómetros de auto-estrada estes 9,4 mil milhões dariam para fazer? "

E quais os benefícios que esses 9,4 mil milhões trouxeram?
E quais trariam se fossem gastos noutras coisas?

Anónimo disse...

"juntas, a REFER e a CP, fazem a módica quantia de 9,4 mil milhões de euros de endividamento"

Nada de extraordinário. É apenas o que gastamos a importar petróleo todos os anos. E 90% desses petróleo vai para o transporte rodoviário.

Anónimo disse...

"O combóio dá muito mais prejuizo que as autoestradas como é óbvio! Os resultados tão à vista!" Eu adoro esta geniais conclusões. Sim, porque o facto de à frente da CP estarem uns ignorantes que acabam com linhas e promovem o uso do transporte rodoviário e o governo estar todo a trabalhar para o lobby do petróleo/carro/alcatrão, e o zé povinho só faltar ir para a cama com o carro, não tem nada a ver com os prejuízos. Claro que não! Quando se instiga uma população de ignorantes a andar de carro e a gastar o ordenado todo em gasolina é normal que outros sectores fiquem afectados.
Por isso é normal que os comboios dêem prejuízo. E mesmo com este lobby todo a trabalhar para a EP, esta é uma empresa moribunda, essa sim é a realidade.

Anónimo disse...

«E quais os benefícios que esses 9,4 mil milhões trouxeram? E quais trariam se fossem gastos noutras coisas?»

Os benefícios não sei, digam-me vocês; agora se fossem gastos noutra coisa, por exemplo na saúde (o contribuinte gasta por ano com o SNS cerca de 8,7 mil milhões) dariam para salvar/melhorar muitas vidas.

«Nada de extraordinário. É apenas o que gastamos a importar petróleo todos os anos.»

Mas esse dinheiro (independentemente da balança comercial) é pago pelo consumidor; os outros 9,4 mil milhões ainda ninguém pagou e vai sobrar certamente para o contribuinte pagar.
A comparação teria toda a razão de ser se o Estado a subsidiasse o combustível, invés de o taxar.

«Nada de extraordinário» (???)

Je disse...

Ena tanto mil milhão... Não sobra nenhum milhãozito para subsidiar aqui o je?

Anónimo disse...

"Mas esse dinheiro (independentemente da balança comercial) é pago pelo consumidor; "

(...)

"A comparação teria toda a razão de ser se o Estado a subsidiasse o combustível, "

Externalidades, já ouviu falar?
Ou acha que o Estado tem gasto tanto milhão para diminuir a dependência energética nacional (nomeadamente na electricidade, porque nos transportes não fazem nada que se veja) para quê? Afinal de conta se ter 10.000 milhões a sair da economia todos os anos é tão bom porque é que gastam dinheiro para contrariar esse movimento? Afinal de contas é taxado e tudo, por isso é bom para todos nós que continuemos a estar dependentes do Médio Oriente para fazermos as nossas vidas.


««Nada de extraordinário» (???) »

Foi só para pôr as coisas em perspectiva. Tu mandaste um de dívidas acumuladas de décadas que o Estado devia pagar e nunca pagou. Eu falei num que drena a economia nacional todos os anos.

Anónimo disse...

"Não sobra nenhum milhãozito para subsidiar aqui o je? "

Vai trabalhar ó parasita.
Nunca ouviste dizer «não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas sim o que tu podes fazer pelo teu país!»?

Anónimo disse...

Concordo perfeitamente que continuamos a «estar dependentes do Médio Oriente» e, não nos esqueçamos das empresas britânicas, canadianas, asiáticas (e de muitos investidores privados) que vivem da especulação do petróleo; concordo perfeitamente com a expressão «escravatura do petróleo», porém os novos esclavagistas não são só os «homens do petróleo» - é também o Estado, que ao invés de subsidiar o petróleo (sacrilégio!), ainda o taxa mais para carregar a economia (a que preço estaria o pão se o petróleo fosse mais barato?).
Deixa-te lirismos!

Anónimo disse...

"a que preço estaria o pão se o petróleo fosse mais barato?"

E quantos mortos na estrada se o combustível fosse ainda mais barato?
E quantas mais crianças teriam asma se isso acontecesse?
E quanto teriam que subir os outros impostos para que isso acontecesse? IVA a 50%?

Anónimo disse...

E já agora, quantos mortos a mais com cancro de pulmão devido à partículas emitidas pela combustão do gasóleo?

Anónimo disse...

não concordo com o post nma medida em que as autoestradas tem um efeito muito benéfico na economia de um povo

Anónimo disse...

"tem um efeito muito benéfico na economia de um povo "

Provas disso em Portugal é que não abundam.
Se as conhecer pode fazer o favor de as partilhar connosco?

Nuno disse...

Estou a gostar bastante destas análises.
Já agora mais um factor de ponderação- a quantidade de carros per capita:

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_vehicles_per_capita

Portugal é dos que menos carros têm (2008) mas dos que mais investem neste meio de transporte.

Eu pergunto-me, confrontado com o abismo de investimento dado aos transportes públicos face a auto-estradas, se isto fará sentido económico e também democrático.

Anónimo disse...

Nuno, o número de carros per capita pouco interessa (e tenho muitas dúvidas sobre esse número, o número de veículos ligeiros matriculados em Portugal ronda os 5,5 milhões, mesmo descontando os de uso profissional ainda há uma grande diferença para esse número), o que interessa é o número de kms que cada carro faz por ano (ou melhor, o número de passageiros*km, para ter em conta a ocupação). E nesse aspecto já estamos muito mais lá em cima na lista e somos, de longe, o país mais pobre dos que nos acompanham nos lugares cimeiros.
(não indico fontes porque não tenho a referência neste computador, agora só para a semana é que volto ao meu computador da empresa onde tenho isso)

Nuno disse...

@ anónimo 19:39

Se descontarmos todos os comerciais e 2ºcarro (e mesmo 3º) o valor não andará próximo dos 374 por 1000?

De um modo ou outro é legítimo dizer que menos de 50% da população tem carro e de certeza não estará presa em casa portanto pergunto se fará sentido que a maioria do investimento seja feito num meio de transporte que não serve a maioria da população.

Atenção que não estou a dizer que não se invista em rodovia mas apenas que se invista proporcionalmente aos seus benefícios e utilidade, quando existem comprovadamente.

Mesmo assim dá que pensar que países com muitos mais carros per capita como Alemanha, Finlândia e Suíça invistam proporcionalmente mais em transportes públicos (rodo ou não) do que nós.

Anónimo disse...

Porque é que havíamos de descontar o 2.º e 3.º carros?

Anónimo disse...

"o valor não andará próximo dos 374 por 1000?"

Não, não acho. O valor andará próximo dos 500. E não, também não acho que isso seja justificação para se construírem auto-estradas que ninguém usa. Para mim quanto muito poderia ser justificação para fazer o transporte individual pagar tudo o que custa à sociedade.

Anónimo disse...

Parece que essa wiki está bastante desactualizada. 374 era o número em 1995..

"Somos um dos países da UE em que o número de automóveis mais cresceu entre 1995 e 2004. Em 1995, segundo dados do Eurostat, por cada mil habitantes era possível encontrar em Portugal 374 carros, mas em 2004 já existiam 572."

http://menos1carro.blogs.sapo.pt/33327.html

http://menos1carro.blogs.sapo.pt/11669.html

Sapo disse...

Que se lixem os carros...

Nuno disse...

Não ponho as mãos no fogo pela fiabilidade da Wikipedia- a referência é da European Environment Agency que por sua vez não tem acessível a origem.

A tabela chamou-me a atenção para o facto de que países famosos pela suas taxas de utilização de bicicleta e de transportes públicos (e mais ricos) também possuem bastantes carros.

Sabendo que em Portugal 18% da população vive abaixo do limiar da pobreza e 60% ganha menos de 700 euros líquidos seria estranho que mais de 50% optasse pelo carro(?).

De qualquer modo é sem dúvida bizarro que a maioria das pessoas continue firmemente convencida da inatacável eficiência de "investimentos" como novas auto-estradas.

Anónimo disse...

"A tabela chamou-me a atenção para o facto de que países famosos pela suas taxas de utilização de bicicleta e de transportes públicos (e mais ricos) também possuem bastantes carros."

Nuno, por isso é que eu disse que o número de carros pouco interessa. Isso era um indicador a que se ligava nos anos 80. Hoje dia a preocupação é com os passageiros*km que cada carro efectua anualmente.