Quarta autoestrada entre Coimbra e Porto

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O blogue A Nossa Terrinha apurou que está neste momento em fase de estudos o projeto para a construção da quarta autoestrada entre Coimbra e Porto. Instado pelos jornalistas a comentar a necessidade desta nova autoestrada, o Ministro das Obras Públicas respondeu que se trata «de uma questão de elementar justiça: repare que estamos a falar de uma região muito populosa e que, além de umas poucas vias rápidas, ainda só tem duas autoestradas, porque a terceira ainda nem sequer entrou em funcionamento. Precisamos de melhorar as acessibilidades destas populações, para combater o crónico atraso em que o país tem estado mergulhado». O ministro acrescentou que «para já» não está nos planos do Governo uma quinta autoestrada, qualificando a pergunta feita a esse respeito por um jornalista de «impertinente e inoportuna», porque é necessário «primeiro fazer uma avaliação depois de estarem em pleno funcionamento as quatro autoestradas».
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Uma das questões mais delicadas relacionadas com este novo projeto é a sua extrema dificuldade técnica e os custos envolvidos, uma vez que se concluiu que já não há espaço para construir mais uma autoestrada neste corredor. No estudo em preparação serão contempladas quatro hipóteses de traçado. A primeira baseia-se no aproveitamento do atual corredor ferroviário da Linha do Norte: esta linha tornar-se-ia "desnecessária" com a construção da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto e com a "enorme melhoria" das acessibilidades que resultariam da construção desta nova autoestrada. Esta opção está, porém, a ser fortemente contestada pela Associação de Utentes dos Comboios de Portugal.
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A segunda alternativa em estudo consiste na construção da autoestrada em viaduto - que, a ser construído, será "o maior do mundo" -, por cima da A1, o que, a concretizar-se, possibilitará a Portugal ter a primeira autoestrada do mundo em cima de outra autoestrada. Segundo fonte próxima do Ministério das Obras Públicas, esta é, das quatro alternativas, aquela que mais dificilmente será escolhida, dada a forte oposição da Brisa e do ACP, uma vez que implicaria o corte da A1 durante os longos meses que duraria a construção: durante esse período, os automobilistas ficariam "apenas" com outras duas autoestradas em funcionamento.
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A terceira alternativa contempla também a construção da autoestrada em viaduto (ainda "o maior do mundo"), mas por cima das aldeias e vilas à sua passagem. Esta alternativa conta já com a oposição de algumas das respetivas populações, que não querem uma autoestrada a passar acima das suas cabeças. Relativamente a esta questão, o Ministro das Obras Públicas refere que, para compensar as populações, está-se a pensar incluir no estudo em curso a construção, na nova autoestrada em viaduto, de "uma área de serviço junto de cada aldeia e vila, à qual os habitantes poderão aceder através de uma grande escada" (as escadas seriam projetadas por alguns dos melhores arquitetos do mundo), tendo o ministro acrescentado: «Já pensou na possibilidade de estas populações tomarem todos os dias o pequeno-almoço numa moderna área de serviço?».
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A quarta alternativa [frustrada que ficou uma quinta opção, pois chegou a ser equacionada a passagem da autoestrada pelos quintais das casas, hipótese esta que, contudo, implicaria demasiadas curvas no traçado, impossibilitando o respeito das normas de segurança deste tipo de vias], dizíamos, a quarta alternativa em estudo é a da construção da autoestrada em túnel - também "o maior do mundo", com cerca de 120 km -, hipótese esta que tem duas dificuldades adicionais: primeiro, a das entradas e saídas da autoestrada; segundo, a construção das áreas de serviço, "de que o povo tanto gosta". Segundo apurou A Nossa Terrinha, Pedro Santana Lopes já terá manifestado o seu apoio à solução do túnel.
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Fonte: para os mais distraídos, esclarece-se que este artigo é inteiramente ficcionado...
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