O esplendor (automóvel) da Universidade de Coimbra (2)

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Continuação. Início:
Primeira parte

O Pátio da Universidade está hoje, quase miraculosamente, sem automóveis:
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Há não muitos anos, estava transformado num parque de estacionamento:
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Mas a envolvente dos edifícios dos Paços da Universidade (classificados como Monumento Nacional) continua ocupada com estacionamento legal (privativo da UC) e ilegal de veículos automóveis.
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O histórico Largo da Porta Férrea está transformado em parque de estacionamento privativo da Universidade de Coimbra, com muito estacionamento ilegal à mistura:
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Largo da Porta Férrea: lugares de estacionamento privativo para 34 automóveis. Nesta fotografia aérea, há 66 veículos estacionados, ou seja, praticamente o dobro. 
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Estacionamento ilegal encostado aos edifícios dos Paços da Universidade (recorde-se, classificados como Monumento Nacional).
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Estacionamento ilegal no Largo da Porta Férrea: o "belo" exemplo da Faculdade de Letras.
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Ao entrarem e saírem da faculdade, os estudantes da Faculdade de Letras aprendem que as leis em Portugal por vezes não passam de textos de ficção; e os estudantes da Faculdade de Direito aprendem que as leis não são necessariamente para cumprir.

Ao lado, mais estacionamento ilegal num local de passagem de (muitos) peões, entre a Rua Larga e o Largo da Porta Férrea:
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Na Rua Larga, é proibido todo o trânsito automóvel, exceto para transportes públicos. Na prática, a proibição é desrespeitada por muitos automobilistas e até automóveis estacionados em cima do passeio se vêem: 
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A rua é também frequentemente utilizada como parque de estacionamento de autocarros de turismo (nesta imagem vê-se um), que nem sequer podem transitar aqui.
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Espaços que noutras universidades europeias seriam locais livres de automóveis e para gozo da população universitária estão transformados em parques de estacionamento:
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O pátio interior da Faculdade de Medicina está transformado num parque de estacionamento (como é sabido, os escapes dos automóveis fazem muito bem à saúde):
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Na Praça Dom Dinis, predomina o estacionamento ilegal:

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Para ampliar, clicar na fotografia.
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Nesta última imagem: carros estacionados à volta da placa central. Carros estacionados em redor da placa triangular que se vê ao centro/direita da imagem. Carros estacionados perigosamente antes de passadeiras... e em cima de passadeiras. O passeio à esquerda, onde passa uma senhora idosa: minúsculo e com dois degraus - impróprio para deficientes. 

Bem perto daqui funciona o Apoio Técnico-Pedagógico a Estudantes Deficientes, que tem por missões, nomeadamente, a "sensibilização da comunidade universitária para a sua relação com os cidadãos com deficiência", "a identificação de barreiras físicas" e a preconização de medidas para a sua eliminação. Este serviço da Universidade de Coimbra procedeu, em 1996, a um levantamento das principais barreiras existentes na Universidade, trabalho que foi atualizado em 2007. Tratava-se, porém, apenas das barreiras arquitetónicas (que, aliás, perduram, como vamos continuar a mostrar).

Em 2009, havia mais de 80 estudantes deficientes em acompanhamento neste serviço.
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Extremamente gentis, estes automobilistas deixaram "um espacinho" para as pessoas passarem... 
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3 comentários:

madeinlisboa disse...

É verdadeiramente triste ver ao que nosso país chegou. A relação do português com o que o rodeia é de pura predação e parasitismo. Não existe interação ou respeito, apenas aproveitamento. E pior ainda, é este o exemplo que passamos para os nossos filhos.

Unknown disse...

Haviam de cá trabalhar e terem que vir de fora da cidade para perceber o desespero para estacionar. Não digo que justifique todas as situações, mas o mal são os que, morando na cidade, não prescindem do carro para fazer 1 ou 2 Km. Ou se calhar preferiam ter que estacionar a 1 ou 2 km... O mal de raiz é toda a gente vir de carro em vez de usar transportes, e a falta de soluções para o estacionamento na zona. Eu, se não tivesse que ir levar/buscar dois pequeninos ao colégio bem que não vinha de carro!

Unknown disse...

Haviam de cá trabalhar e terem que vir de fora da cidade para perceber o desespero para estacionar. Não digo que justifique todas as situações, mas o mal são os que, morando na cidade, não prescindem do carro para fazer 1 ou 2 Km. Ou se calhar preferiam ter que estacionar a 1 ou 2 km... O mal de raiz é toda a gente vir de carro em vez de usar transportes, e a falta de soluções para o estacionamento na zona. Eu, se não tivesse que ir levar/buscar dois pequeninos ao colégio bem que não vinha de carro!