I
São novos dados do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, apresentados hoje no Porto: o peso da economia paralela em Portugal continua a crescer e era já de 24,2% do PIB em 2009 - o equivalente a cerca de 31 000 000 000 €. Este é o valor que muitos portugueses "furtam" aos outros portugueses e ao Estado.
Com este volume de economia paralela, jamais será possível vivermos num país justo.
Também está nas suas mãos: ajude a combater esta vergonha: Economia paralela: a melhor arma está nas nossas mãos
19 comentários:
Se pagarmos todos os impostos ainda fazem mais umas auto-estradas paralelas... Mais não obrigado!
Isso é o que eu chamo ver o problema pelo lado errado. A economia paralela não resolve nada disso, só agrava. Como não consigo dizer melhor, aqui ficam as palavras da Joana no post, que todos deviam ler com cuidado:
"Já ouvi gente a vangloriar-se de não pagar impostos e de justificar essa sua atitude anti-social com o facto de, por um lado, "não obter nenhum benefício do Estado" e, por outro lado, o dinheiro dos impostos ser "mal aplicado".
Mas não há quem neste país não seja beneficiado pelo Estado. Desde o momento em que se põe o pé na rua: a rua, a estrada na qual conduzimos, a iluminação pública, a segurança pública, tanta coisa!; e mesmo sem pôr o pé na rua: o coletor de esgotos, a recolha dos resíduos domésticos, a rede pública de energia…; desde que se nasce que se está a beneficiar do Estado! Aqueles que fogem ao fisco estão a beneficiar de serviços para os quais não contribuem. Não é diferente de entrar num restaurante, comer e sair sem pagar a conta.
A economia paralela gera um círculo vicioso. A diminuição da receita fiscal causada pela economia paralela conduz a uma situação em que o Estado tem menos dinheiro para gastar. Nesse circunstancialismo, ocorre normalmente o corte de benefícios sociais e de obras em benefício da comunidade, o que, por seu turno, acarreta o aumento da sensação de que o dinheiro dos impostos é mal gasto, cenário propício a… um aumento da economia paralela. Significa isto que aqueles que fogem ao fisco por acharem que o dinheiro dos impostos é mal aplicado são precisamente dos que mais contribuem para a situação de que se queixam...
Por outro lado, aqueles que honestamente cumprem as suas obrigações fiscais são, precisamente, os que acabam por suportar um aumento da carga fiscal, devido à fuga ao fisco dos outros. Ora o aumento da carga fiscal é, precisamente, um dos fatores que mais leva as pessoas a entrar na economia subterrânea: mais um círculo vicioso..."
É só um excerto do post. Leiam o resto. Vejam a página do OEGF. São peritos, sabem do que falam. Não tenham dúvidas que a economia paralela só serve para agravar as injustiças de que se queixam.
O texto do link do fim deste post está mesmo bom para contrariar este comentário muito pouco inteligente do António C.
Infelizmente, Joana, por mais que tentes ajudar à "causa", vais esbarrar sempre com este tipo de argumentos como o que o António escreveu. A ignorância é o primeiro passo para a economia não registada.
Patrícia Duarte
O dinheiro gasto nas auto-estradas é dinheiro gasto em estruturas úteis. E caso não seja isso não é motivo para fugir aos impostos. fugir aos impostos devia ser considerado crime.
O António estava a ironizar, mas como de costume aqui dispara-se primeiro e pergunta-se depois!
Nada de novo...
O meu estado febril torna desaconselhável que eu escreva comentários (ora aí estaria um bom argumento que podiam usar contra mim: a Joana está com febre, não sabe o que escreve). De qualquer maneira, a minha resposta ao António está no artigo que escrevi sobre a economia paralela. Seria inútil repetir-me.
NitroGT, o António não estava a ironizar. Visite a nossa página no Facebook para confirmá-lo.
O António? O António Cruz?
Isto é mesmo típico.
Como o outro a dizer que eu odeio as bicicletas.
Pergunto-me se há realmente aqui gente que pensa antes de escrever.
Pois mas parece-me que não é o mesmo António!
Um é Cruz e o outro é Caldeira. Parece-me que o comentário acima (o tal irónico) não se confunde com o do outro (que nem aparece aqui)!
Muito interessante esta discussão sobre os Antónios. O António Caldeira escreveu, na nossa página do Facebook, um comentário em que diz, basicamente, que acha bem os mais de 24% de economia paralela, e que começa assim:
«Nunca pensei vir a dizer isto mas a verdade é que acho bem que assim seja. Quando um Estado espolia os seus contribuintes da forma como o nosso o faz e depois corta nos apoios sociais (encerra urgências, reduz reformas já miseráveis, deixa ...ao abandono idosos e doentes...) merece que os cidadãos lhe virem as costas».
O António Cruz assinalou que gostava desse comentário (e acrescentou: «E se pagamos tudo ainda se lembram de fazer mais umas auto-estradas paralelas. ;)»).
What ever…
Pois, foi também o que eu pensei. Eu não vi ironia nenhuma. "Pergunto-me se há realmente aqui gente que pensa antes de escrever".
Aqui está a prova viva do proselitismo que falei.
Vejamos o desenrolar da novela.
Acho que todos os portugueses deviam pagar todos os impostos devidos.
Afinal, andamos há longos anos a observar como os mesmos são aplicados.
Não estou a falar das reformas de luxo nem das mordomias de alguns deputados se queixam. Em Portugal, os impostos são sempre bem aplicados e os portugueses têm um acesso claro e transparente a toda a informação que concerne o desperdício, perdão, uso eficaz dos seus impostos.
Perante tal: até apetece pagar mais impostos. Para usufruir de cada vez menos e mais degradados serviços "públicos"...
Contra isso, exerce-se o direito de voto. Quase metade dos eleitores não põe os butes nas urnas no dia das eleições.
Fugir aos impostos é trafulhice. Os trafulhas que fogem aos impostos dizem que fogem aos impostos porque o Estado é trafulha. Não há dúvida: temos no poder os políticos que merecemos.
Ana Faria
Viva,
o meu comentário era irónico, mas foi com a intenção de ser o advogado do diabo.
Vejam por exemplo neste link as parvoíces que se fazem com excesso de dinheiro.
http://www.naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&cid=27696&bl=1
No caso das barragens nomeadamente era tão mais barato investir em eficiência energética... mas óbviamente que os nossos impostos devem servir para alimentar empresas tipo EDP, Mota-Engil, etc...
Caro Jorge Cordeiro,
para "a rua, a estrada na qual conduzimos, a iluminação pública, a segurança pública, tanta coisa!; e mesmo sem pôr o pé na rua: o coletor de esgotos, a recolha dos resíduos domésticos, a rede pública de energia…"
talvez 15% de IVA fosse mais do suficiente...
...e a Patricia dirá?
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