15,1 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 1954
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16,4 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 1955
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21,1 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 1959
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22,0 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 1960
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27,0 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 1963
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33,1 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 1965
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35,8 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 1966
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31,5 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2003I
31,4 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2004
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30,5 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2005
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30,34 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2006
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30,33 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2007
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30,0 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2008
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28,9 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2009
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28,0 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2010
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Todos temos uma noção do que aconteceu nos últimos 50 anos nesta região: enquanto Lisboa perdeu um terço dos seus habitantes, o concelho de Oeiras duplicou a sua população, o de Cascais viu a sua população crescer três vezes e meia e ocorreu uma explosão no número de movimentos migratórios diários entre Lisboa e estes dois concelhos de quase 400 mil habitantes. Mas a procura na Linha de Cascais está praticamente ao nível de há 48 anos e o número de passageiros não pára de descer...
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Joana Ortigão
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Nota: não há informação disponível sobre a evolução registada entre 1967 e 2002. No entanto, uma informação publicada pela CP no início de 2002 dava conta de que a Linha de Cascais vinha perdendo passageiros, de forma progressiva e acentuada, desde os anos 80, e que só nos últimos três anos (ou seja, 1998-2001) tinha perdido cerca de 2,5 milhões de passageiros.
39 comentários:
A sua descrição daquilo que aconteceu na região de Cascais ao longo dos últimos anos não é totalmente correta. De facto, nos últimos anos tem-se assistido à urbanização de áreas cada vez mais distantes da linha de comboio. As urbanizações, que dantes eram todas junto ao litoral, agora estão bastante afastadas dele, de tal forma que, para se tomar o comboio, já é preciso tomar antes um autocarro para a estação, enquanto que há trinta anos se podia ir a pé.
Esta evolução começou a ocorrer logo a seguir ao 25 de Abril, com a construção, por exemplo, dos bairros da Assunção e J. Pimenta em Cascais, já a 25 minutos, a pé, da estação, e feitos para alojar retornados do ultramar.
À medida que as pessoas adquirem automóvel, começam a optar por viver em locais cada vez mais longe do centro, e deixam de estar a distância acessível da estação de comboio. Embora continuem a viver no concelho de Cascais (ou Oeiras), cuja população tem de facto vindo a aumentar continuamente, já não estão no raio de ação do comboio.
E não podem ir de carro até ao comboio? Tenha paciência....
madeinlisboa
Não podem ir de carro até ao comboio porque o estacionamento ao pé das estações é escasso e caro.
Podem ir de autocarro, claro.
Aliás, o mesmo que se passa na linha de Cascais passa-se também na de Sintra. Tomemos por exemplo a urbanização de São Marcos, "perto" do Cacém, que alberga muita gente de classe média. Fica a uns 3 ou 4 quilómetros da estação do Cacém, por uma estrada horrível, estreita, poeirenta e cheia de tráfego (pelo menos há uma dezena de anos, quando lá fui, era assim; agora há lá um pólo da Universidade Católica e as condições são capazes de ter melhorado). Um peão não se atreve por ali, sobretudo uma mulher, sobretudo no inverno. A única possibilidade de ir para a estação era por um autocarro lento e que passa raramente. As pessoas que vão morar para ali dificilmente têm outra possibilidade que não seja usarem o carro.
Não é que eu tenha pena dessas pessoas - cada um escolhe a vida que quer ter. Mas, dizer que essas pessoas vivem na freguesia do Cacém e no concelho de Sintra oculta o facto de que elas têm de facto imensa dificuldade em aceder ao comboio.
Aqui ficam as referências ao Índice de Pontualidade da Linha de Cascais que estavam inicialmente no texto deste artigo:
"30,0 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2008 (índice de pontualidade dos comboios: 98%*).
28,9 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2009 (índice de pontualidade dos comboios: 97,6%*).
28,0 milhões – Passageiros transportados nos comboios da Linha de Cascais em 2010 (índice de pontualidade dos comboios: 94,9%*).
*O Índice de Pontualidade não é determinado em função da tabela horária, mas sim em em função das metas de pontualidade preestabelecidas. Em termos práticos, no que diz respeito aos comboios suburbanos, considera-se pontual o comboio que tem um atraso não superior a três minutos em relação ao horário e, portanto, os atrasos dos comboios suburbanos só aparecem refletidos no Índice de Pontualidade quando forem superiores a três minutos. Em teoria, portanto, é possível o Índice de Pontualidade ser de 100% e todos os comboios circularem com atraso, desde que este nunca seja superior a três minutos".
Isto era o que estava inicialmente no artigo.
Ao contrário do que precipitadamente se pode pensar, a CP não está isenta de responsabilidade pela decrescente pontualidade dos comboios. Os problemas da frota são conhecidos há muito tempo e só no mês passado é que a CP adaptou definitivamente os horários à realidade da frota disponível (e, por incrível que pareça, os atrasos aumentaram após a entrada em vigor dos novos horários).
Foi um erro meu ter feito referência, neste artigo, à diminuição do Índice de Pontualidade na Linha de Cascais nos últimos anos, podendo conduzir à interpretação do artigo como nele se estando a imputar à CP a total responsabilidade destes incríveis números.
Eu diria que estes números resultam da conjugação de pelo menos quatro causas (a incapacidade de pôr a funcionar a sério a Autoridade Metropolitana de Transportes explica pouco: era possível fazer muito mais sem ela):
1 - Tornámo-nos um povo muito fino, para quem o transporte público é para os pobres. Não tenhamos ilusões: há muita gente que vive perto das estações de comboios e prefere ir de carro para Lisboa. Podia dar exemplos das inúmeras urbanizações que foram construídas desde 1963 relativamente perto das estações de comboio: a lista é bem grande em toda a zona costeira entre Cascais e Algés. Onde estão essas dezenas de milhares de novos habitantes refletidas nestes números? Não estão. Nem seria preciso ir tão longe: veja-se todas as manhãs o tráfego intenso de automóveis a caminho de Lisboa, na Marginal, uma estrada que ladeia a linha de comboio…
2 – Responsabilidade das câmaras de Cascais e de Oeiras, por terem aprovado várias urbanizações onde o transporte público (nomeadamente, o transporte público de ligação às estações) não existe ou é muito lento por causa do intenso tráfego automóvel e por terem políticas de mobilidade desastrosas, de aposta primordial no automóvel (e da Câmara de Lisboa por não cobrar portagens à entrada da cidade);
3 – Responsabilidade do Estado, pelo investimento exagerado nos acessos rodoviários e, em geral, pelo incentivo do uso do automóvel particular (ex. isenção de portagens na A5 a partir de Carcavelos), bem como pelo desinvestimento na Linha de Cascais – por sinal, a segunda linha mais importante do país em número de passageiros (22% do número total de passageiros da CP). Ainda no mês passado foram introduzidos novos horários, com pior oferta de serviço nas horas de ponta.
4 – A degradação da qualidade do serviço prestado pela CP, que se traduz em inúmeros aspetos (não ligados à falta de investimento na infra-estrutura), como por exemplo (mas são só dois exemplos) a profunda falta de respeito com que os utentes são tratados quando há supressão de comboios (nenhuma informação é prestada nas estações) ou os comboios que se perdem enquanto se está na fila para comprar ou carregar o bilhete ou passe.
Quando tentam convencer-nos de que a supressão de comboios regionais é uma “inevitabilidade” face à “reduzida procura”; quando tentam convencer-nos de que a “reduzida procura” dos comboios regionais se deve à dispensabilidade das respetivas linhas nos dias de hoje; aqui está o exemplo flagrante da Linha de Cascais, uma linha suburbana com um extraordinário potencial de procura, mas com o mesmo número de passageiros de há meio século e com a procura a diminuir ano após ano…
Comentários à Joana:
(1) "Tornámo-nos um povo muito fino, para quem o transporte público é para os pobres." Ora aqui está uma grande verdade. Essa é a forma de pensar da generalidade dos políticos, da generalidade dos gestores de empresas de transportes coletivos, e, também, da generalidade da população.
Mas disso não tem a Joana que se queixar - se as pessoas não gostam de transportes coletivos, têm o direito de ter esse gosto.
(2) "terem aprovado várias urbanizações onde o transporte público não existe ou é muito lento"
Muito correto. Quando eu era dirigente do núcleo de Lisboa da Quercus, esse núcleo deu parecer negativo à instalação de um núcleo da Universidade Católica em São Marcos apenas com base num aspeto que mal vinha focado no Estudo de Impacte Ambiental - a ausência de acessibilidade em transporte coletivo. Como é evidente, à época praticamente mais ninguém se importava com o assunto a não ser eu e mais dois ou três carolas.
(3) "isenção de portagens na A5 a partir de Carcavelos" Só se fossem portagens eletrónicas estilo SCUT, dado que a autoestrada tem imensas entradas e saídas e seria muito difícil instalar praças de portagens em todas elas.
Luis,
Realmente tem se construido em áreas cada vez mais distantes da Linha de Cascais, mas isso seria justificação se estivessemos a discutir o porquê de não aumentar o número de passageiros. Mas não, o que está em cima da mesa é que a Linha de Cascais está a perder passageiros,todos os anos. E os passageiros que estão a fugir, muito possívelmente são os que vivem a distâncias aceitáveis.
Realmente ninguém tem nada que discutir a percepção que a população tem dos TC, mas a percepção dos gestores dessas empresas sim. Actualmente temos as empresas de TC a trabalhar como se nos tivessem a fazer um favor e que nós só usamos os TC porque não temos alternativa. Eu preferia gestores que trabalhassem para conquistar novos clientes...
Em muitas empresas de bus é corrente a seguinte frase sobre a informação ao público: "não vale a pena, quem tem de saber, sabe sempre..."
Aliás, temos de discutir (e exigir a mudança de) a percepcção que os gestores tem dos TC.
Caro LL,
As pessoas têm direito a ter os seus gostos mas, como me diziam os meus pais quando eu era adolescente e lhes pedia dinheiro para ir para as discotecas: "quem não tem dinheiro, não tem vícios".
Os portugueses têm o vício do carro, mas não têm dinheiro para o sustentar e, por isso (mas não apenas), está agora o país na situação que todos conhecemos.
Também costumo defender que cada um escolhe a vida que quer. Mas, quando uma família opta por viver longe do comboio ou do local de trabalho (e este pode variar), tem de estar consciente dos custos acrescidos de deslocação que essa decisão vai implicar. Normalmente, essas contas não são feitas e depois vêm pedir estacionamento à borla e AEs sem portagens.
De facto, São Marcos é um fim de mundo apenas acessível por carro. A estrada está agora mais larga, com 2 faixas de rodagem entre a A5 e a IC19. Bastaria que uma dessas faixas fosse exclusiva para TPs para que os autocarros fornecessem um serviço de melhor qualidade.
Finalmente, só uma correcção à informação da Joana: a A5 é paga entre Caxias e Cascais. E seria perfeitamente possível colocar-se portagens até Lisboa, utilizando o método (pouco claro) que foi utilizado para as ex-SCUTs. O mesmo deveria ser feito na IC19 e as receitas canalizadas para investimento nos TPs das respectivas regiões.
RF
Corrigindo a informação do "bicicleta" e da Joana: para quem entrou na auto-estrada a Oeste de Carcavelos (Cascais, Estoril, etc.), a partir de Carcavelos e até Lisboa não há portagens. Quem entra na auto-estrada em Oeiras ainda paga portagem. A partir daí não há portagens até Lisboa, entre em Caxias ou noutra entrada qualquer. Ver aqui:
http://www.brisa.pt/PresentationLayer/taxasPortagem.aspx?menuid=15
Os dados deste artigo são inacreditáveis! Fico sem palavras.
Sobre o serviço prestado pela CP, há umas semanas publiquei no meu blogue um artigo sobre a incrível falta de informação prestada pela CP aos utentes sobre aquela que foi a mais profunda alteração de horários da linha de Cascais dos últimos largos anos. A maior parte dos comboios mudou de horário, mas no dia em que os horários entraram em vigor muitos utentes não sabiam da mudança de horários. Há utentes que ficam com os cabelos em pé com o tratamento que lhes dado pela CP.
Rui Rocha,
o crescimento das periferias faz-se muitas vezes à custa da perda de população no centro. Tem acontecido em Portugal. As pessoas vendem as suas casas no centro das cidades para irem morar para uma periferia mais "exclusiva".
Isso pode talvez justificar a perda de passageiros na linha de Cascais. Toda a zona costeira (próxima da linha) poderá estar a perder população em benefício de zonas mais distantes.
Repare que, por exemplo, muitos dos prédios de Paço d'Arcos foram construídos próximos da linha nos anos 60 e 70. Esses prédios estão hoje "velhos" e muita gente rejeitará morar neles, em favor de prédios novos construídos longe da linha. Os prédios velhos ficam progressivamente vazios.
(Ouvi uma vez Gonçalo Ribeiro Teles a denunciar a mesma situação, que estará a ocorrer no Cacém.)
Não é verdade, Luís Lavoura: o n.º de habitantes que vivem perto do comboio da linha de Cascais aumentou muito só nesta última década. E continuam a ser construídos novos prédios nessas zonas. Quer uma lista?
joana
o nº de passageiros ferroviários estabilizou ou até diminuiu devido à concorrência do automóvel, devido ao incremento de novas vias viárias e essencialmente devido à questão cultural: convencionou-se que quem anda de transportes públicos (de forma geral) são os pelintras, chique é andar de carro... no entanto muitos dos que utilizam este meio de transporte para entrar em Lisboa são os primeiros a achar o máximo e cool andar de transportes públicos em londres, paris,roma, mumbai, bangkok, etc, etc.. e não reconhecem, por parolice , a qualidade dos nossos transportes que em nada ficam a dever aos de outras capitais europeias, quer em segurança, quer em limpeza, quer em conforto, quer em regularidade, quer em pontualidade, e estou disponível para discutir com quem quer q seja, pois sendo maquinista da CP, e conhecendo outras realidades, falo com conhecimento de causa.
(existem problemas sim a nível de bilhética, interfaces de horários intermodais, etc)
cumprimentos
Pombal do Marquês,
depende daquilo que Você designe por "perto". Há muitas urbanizações na freguesia de Cascais que ficam a mais de meia hora, a pé, da estação. E duvido que Você tenha quaisquer dados sobre a população residente discriminados em função da zona.
É que nem há uma coisa chamada Censos nem nada...
Luís Lavoura, pode ser que tenha razão quanto a Paço de Arcos, mas eu vivo há oito anos em Carcavelos, junto a Oeiras, e sei bem a construção que tem crescido por estas bandas. Quando há oito anos estive à procura de casa, eram muitas as hipóteses de casas novas perto do comboio (para mim era uma condição essencial viver perto do comboio). Havia também muitos prédios em construção e muitos outros se construiram desde então. São Pedro do Estoril, Parede, Carcavelos, Oeiras, até em Cascais, na zona do novo tribunal, se construiu muito.
Eu vivo a 20 minutos a pé (nas calmas, sem ir "a correr") da estação de Oeiras. Para mim isso é viver perto da estação. Admito que para muita gente seja uma "tragédia" andar 20 minutos a pé e prefiram meter-se no desconforto de uma viagem de carro até Lisboa. Provavelmente acreditam que até deve fazer mal à saúde andar "tanto" a pé. Por aqui há muitos masoquistas que vão de carro para Lisboa e até conheço gente que vive a 5 minutos a pé da estação e se mete na marginal todos os dias para ir para Lisboa.
asmelhoresfrancesinhas
O censo da população está discriminado por freguesias, não pelas regiões das freguesias. Penso eu de que...
PombaldoMarques
Para mim viver a 20 minutos a pé da estação é longe, tendo em conta que ainda se tem que fazer mais meia hora de comboio até Lisboa e mais 20 ou 30 minutos nos transportes coletivos em Lisboa. O total perfaz uma hora e um quarto de viagem.
O tribunal de Cascais fica, precisamente, a 20 minutos da estação. E há bairros que ficam ainda acima do tribunal, por exemplo os por mim referidos bairros da Assunção e J. Pimenta, que ficam a meia hora a pé da estação.
Por contraste, há 30 anos atrás, que é a época com a qual este post está a comparar (1966 vs 2003), os novos prédios ficavam tipicamente a 5 minutos da estação, por exemplo em Paço d'Arcos, que nesse tempo - eu já era consciente e passava muito pela linha nesse tempo - estava a ser urbanizado.
Para muita gente - talvez não para si, mas penso que para a maioria das pessoas - andar mais de 10 minutos a pé, diariamente, apenas para chegar a uma estação de comboio é inaceitável.
Pensa mal. Os censos estão disponíveis em unidades territoriais mais pequenas do que isso (o nome é que me está agora a escapar).
No caso das freguesias urbanas das AM de Lx e do Porto as unidades mais pequenas são normalmente quarteirões.
Mau era se uma operação gigantesca e que custa dezenas de milhões de euros como os Censos apenas nos dessem dados ao nível da freguesia.
Luís Lavoura, o comboio de Oeiras a Lisboa não demora "mais de meia hora", demora 13 minutos (até Alcântara) ou 17 minutos (até Cais do Sodré). E acredite, quer saia de Oeiras, do Estoril ou de Cascais, e mesmo que tenha de andar 20 minutos a pé, o comboio ganha sempre ao carro (nas horas de ponta, claro).
Isto já para não falar da bicicleta: 20 minutos a pé (faço em 12/13 minutos quando vou com pressa) significam, no máximo, 5 minutos de bicicleta. Mas também implica mexer as pernas, o que é chato. O que é bom mesmo é sentar o rabinho no popó e ir no pára-arranca até chegar à auto-estrada, na auto-estrada e depois de sair da auto-estrada.
asmelhoresfrancesinhas,
essas unidades são as bgri (não sei o que quer dizer as siglas), geralmente correspondem a quarteirões ou até menos do que isso nas áreas urbanas. Nas áreas rurais, são bem maiores.
Desconheço a realidade dessa linha...
... dito isto...
- Alguém anda a ignorar os problemas relacionados com os frequentes assaltos nessa linha, ou não? Ninguém quer andar num meio de transporte que transporta a criminalidade toda lá dentro. Teriam de resolver esse problema logo em primeiro lugar.
- Outro problema parece ser os transportes urbanos que não levam as pessoas dos arredores até à estação... e alguns se calhar só começam a trabalhar já tardiamente, quando a pessoa já teria de ter apanhado o comboio à muito. E já citei os preços dos transportes urbanos? Não? Pois é... quase sempre são elevados, não para o serviço em si, mas para aquilo que as pessoas ganham e para as suas despesas +/- permanentes.
- Depois é o preço dos transportes (não apenas do comboio), às vezes não individualmente, mas sim no conjunto que acaba por ficar muito mais caro que o carro (mesmo já contando com todos os extras e surpresas)... e isso é certamente comprovado pelas centenas de milhares de automobilistas que vão trabalhar dessa forma aos anos.
- Claro, existe muitos trabalhadores por conta própria que o veículo é o seu meio de trabalho... e não vão trabalhar para nenhum local fixo, pelo que esses não podem ir de transportes públicos... nem este se destina a esses.
- O rigor horário é normalmente importante... aquilo são linhas de comboio, não é como se não houvesse qualquer controlo, é possível controlar tudo até ao segundo (excepto casos excepcionais quando alguém se atira à linha ou parecido)... pelo que é possível cumprir os horários ao segundo... e claro prever esses mesmo horários com base no movimento e ajustar o cumprimento com a maior ou menor velocidade das composições conforme os tempos de paragem tivessem de ser maiores ou menores em função da procura do momento em cada paragem.
- E as greves? Quantas e quantas vezes há greves dos trabalhadores dos transportes (seja da CP, REFER, transportes urbanos, etc.)... a maioria das pessoas não pode falhar um dia que seja no trabalho ou pode ser logo dispensada do mesmo... e com greves a acontecer constantemente e ao longo dos anos, muitos não podem correr riscos, e vão mesmo de carro, ainda que pudessem ir de transporte alternativo.
Seria necessário automatizar os transportes colectivos ao ponto em que se tivesse de pagar muito bem a muito poucos para fazer tudo trabalhar muito bem... e onde ninguém fosse fazer greve porque bem, os poucos necessários já teriam todas as condições e mais algumas, porque substituíam milhares de pessoas e assim mesmo muito bem pagas custavam apenas uma fração do custo atual.
"os frequentes assaltos nessa linha"? João, depois de ler todo o seu comentário, fico convencido de que desconhece mesmo "a realidade dessa linha".
"- Alguém anda a ignorar os problemas relacionados com os frequentes assaltos nessa linha, ou não? Ninguém quer andar num meio de transporte que transporta a criminalidade toda lá dentro. Teriam de resolver esse problema logo em primeiro lugar."
Do que conheço acho que a linha de Sintra tem muitos mais problemas do que a de Cascais (que os tem principalmente no Verão).
"e isso é certamente comprovado pelas centenas de milhares de automobilistas que vão trabalhar dessa forma aos anos."
Isso não é prova de nada em termos de preços.
A linha de Sintra, tem no mínimo má reputação, sei por pessoas que iam da linha Oeste para Lisboa e quando chegavam aos arredores de Lisboa, começava a entrar a gente menos recomendável e geralmente associada com o crime... talvez os assaltos não sejam tão frequentes, como na tal linha de Cascais, mas quem a usou não ficou muito bem impressionado. As conclusões talvez tenham sido precipitadas.
"Isso não é prova de nada em termos de preços.", e este comentário também nada prova em contrário. À falta de um estudo extenso e colocado no domínio público, sobre as razões de utilização do carro em vez do comboio, e comparações baseados em comparações objectivas e baseadas em exemplos reais de ir do ponto X ao ponto Y de uma maneira e de outra, e vários ponto X e Y, para ver as vantagens económicas, de tempo gasto, de segurança, e outros, mantenho a minha opinião.
Não tenha dúvidas de que a conclusão é precipitada, João. A linha de Cascais é segura, até à noite.
Ao Pombal do Marquês, eu não mencionei portagens em caxias. Apenas disse que o troço da A5 entre caxias e cascais é pago. Ou seja, para quem vem de Lisboa, a última saída antes de entrar nesse troço é a que se situa imediatamente após o estádio nacional, em queijas/caxias.
Depois dessa saída, a próxima é logo a seguir à estação de serviço, serve Porto Salvo e já tem portagem. Aliás, esta portagem foi acrescentada algum tempo depois da construção da A5.
No sentido contrário, quem entrar em Oeiras, junto ao OeirasParque, tem de pagar portagem. A entrada seguinte é em queijas/ caxias, no nó com a A9.
RF
Moro em Oeiras e utilizo frequentemente a linha de cascais, desde há quase 30 anos, e a todas as horas. Nos comboios nocturnos, o pior que vi foi uma ou outra rixa resultado de algum excesso de álcool e de testosterona. Durante o verão, alguns grupos desorganizados semeiam a confusão e, uma ou outra vez, poderão ter ocorrido assaltos. Em todas as situações que presenciem, a polícia (que viaja nesses comboios) agiu com rapidez e resolveu o problema.
Quanto às greves, nos últimos 2 ou 3 anos têm aumentado mas, mesmo assim, ocorrerão apenas uma dúzia de dias por ano e, muitas vezes, apenas durante uma parte do dia. Precisamente nesses dias, é quando é pior ideia levar o carro para lisboa, pois o caos é ainda maior.
Quanto a valores, alguém que se tenha de dirigir para o centro de lisboa diariamente, morando em oeiras, gastará facilmente 150 Euros de combustível por mês (mais todos os outros custos associados). Sem consultar dados (corrijam-me se estiver enganado), imagino que um passe para comboio e TPs em Lisboa não deverá ultrapassar os 100 Euros.
Quanto a tempos de viagem, eu moro a 10/12 mns pé da estação de Oeiras. Desde que se pode transportar a bicicleta no comboio, quase sempre a levo para lisboa. Assim sendo, para uma reunião às 9:30 no marquês de pombal, basta-me sair de casa às 8:45. E isto para ir nas calmas e chegar fresquinho ao cliente. De carro, e para garantir que se chega a horas, imagino que seja necessário sair antes das 8:30.
RF
O ant+onio costa quer pôr toda a gente em Lisboa a andar de bicicleta. Você quer pôr toda a gente em Portugal a andar de comboio. E eu já não tenho paciência para gente maluca. Acordem pá! O automóvel já foi inventado!!!
Bicicleta: está percebido. Conclusão: entre Caxias e Lisboa há isenção de portagens para toda a gente na auto-estrada. Uma SCUT sem se chamar SCUT.
As duas únicas vezes em que fui para Lisboa de carro à hora de ponta foi para ir para o aeroporto, para levar uma pessoa para apanhar um avião. Da primeira vez saí com uma hora e meia de antecedência para não haver surpresas, mas mesmo assim demorei mais uns minutos. Da segunda vez aumentei a antecedência para duas horas. Foi um inferno: havia engarrafamentos em todo o lado (nem era dia de chuva, provavelmente havia acidentes) e foi mesmo mesmo por um triz que o avião não foi perdido. Nunca mais! O carro não é fiável. Nunca percebi como é que as pessoas que vão todos os dias de carro para Lisboa e têm hora certa de entrada no trabalho se organizam. E como é que têm paciência! Horas por dia enfiados num carro!
Voltando ao exemplo do Luís Lavoura, também me custa a perceber como é que há gente que vai morar para o centro de Cascais (não é pelo preço das casas de certeza...) para depois ir para Lisboa todos os dias de carro. Que estucha!
Já agora, esclareço que trabalho aqui junto a Oeiras: só vou a Lisboa uma vez por semana. Sempre comboio, obviamente. Tranquilamente, a ler.
Jorge
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